CGMEB REGIONAL ARARAQUARA-SP

Índice:

Teologia Cristã
Teologia Hermenêutica
Teologia Exegética
Teologia Bíblica
Teologia Sistemática

A Teologia vem do grego “θεολογία-theologia”, é o estudo crítico da natureza do divino, deuses ou Deus, seus atributos e sua relação com os homens. Em sentido estrito a religião cristã, mas em sentido amplo, aplica-se a qualquer religião. Teologia é a vida a partir de Deus. Mesmo que não queiramos, a teologia sempre vai estar presente na vida humana porque todas as perguntas da existência estão em torno da existência de Deus. Qualquer pessoa pratica na sua vida a teologia, quando falamos de Deus, porém, esta poderá ser boa ou uma má teologia. Ainda que o ateísmo l pregue o não-Deus, mesmo assim a discussão será teológica.

Há duas espécies de teologia quanto a sua origem. Primeiro, temos a teologia bíblica e a segunda, é a teologia não bíblica. Quanto a sua essência temos: a teologia boa e a teologia má, ruim. Neste livro queremos tratar da Teologia Bíblica Cristã e mostrar que há discordância nas partes da teologia boa.

Teologia Cristã é a própria vida ao redor de Deus, “Logos — Verbo Encarnado”.

Qualquer que seja a parte da Criação e seus atributos existem respaldo no estudo teológico, pois não há nenhum espaço da vida sem Cristo, o Senhor, o Messias (Mt 28:18). Durante o século XVIII até o século XX, a Teologia foi bombardeada por uma série de teorias, hipóteses, princípios que tiveram a pretensão de “estudar ou dissecar a Deus”, ou ainda tentar “compreender Deus racionalmente”. Todas essas tentativas são equivocadas.

“É necessário compreender que o conhecimento de Deus só existe d’Ele mesmo, não de nós mesmos”.

Quando a Teologia foi formulada, ela visava demonstrar para os cristãos o fundamento dos apóstolos e profetas, da qual todo edifício é construído e fundamentado, cf. Efésios 2.20-21.

Algumas sínteses deveriam ser colocadas para que a Teologia caminhasse para um caminho correto e bíblico. A primeira síntese foi definida por Lutero:

  • Sola Scriptura
  • Sola Gratia     
  • Sola Fide
  • Solus Cristus
  • Soli Deo Gloria

Em todas as coisas, na Igreja e no estudo da teologia, toda a glória sempre deve ser dada a Deus. A ciência não é inimiga da teologia. Na realidade a equação entre fé e razão é equivocada.

Claro que existem coisas que näo explicamos como os milagres, as curas, a cristologia, a inspiração, etc, mas elas, embora sejam inexplicáveis pela razão são entendidas diante de um Deus que também é inexplicável e possui seus mistérios não revelados.

A chave de interpretação que é Jesus Cristo e o Espírito de Deus, sem o qual nenhuma compreensão teológica é possível, ao Deus “TRIUNO”, cf.: “o homem natural não consegue entender as coisas de Deus”. (1Co 2.14)

Na Teologia Cristã uma verdade religiosa  defendida é propriamente o estudo racional dos textos sagrados. dos dogmas e das tradições do cristianismo, assim como o crê nos milagres escritos nas Escrituras. A palavra provém do grego (theos), precisamente divindade, mas no sentido de Verdade ou Essência da Verdade, Fé ou Caminho da Verdade ou ainda desta divindade.

Temos a palavra “Logos” significa “fundamento“, de apoio a teologia cristã, é a lógica por trás de um argumento, é persuadir uma audiência usando argumentos lógicos e evidências de apoio no sentido preciso nos estudos.

Teólogos definiu a como um “falar a partir de Deus”. Agostinho de Hipona definiu o termo Latino equivalente “theologia”, como “raciocínio ou discussão sobre a Deidade”.

Hoje, muitos têm um horror a teologia. Isto se dá por uma compreensão errada da teologia em períodos passados. A teologia foi responsável por várias coisas esquisitas na história da Igreja: — Heresias, concílios, condenações, inquisição, frieza, divisões, rejeição de pessoas e de igrejas, o apartheid, o tráfico de escravos, e muitos outros eventos foram causadas por causa da teologia.

Ao mesmo tempo que a boa teologia é uma bênção a má teologia pode gerar sectarismo[1]. desamor e toda a sorte de males. (Mt 22.37-39)

Todos possuímos uma cosmovisão, certo ou errada, assim, sendo, teologia passa a um sistema de crenças e pressupostos que geram em nós uma cosmovisão.

A teologia cristã é formada por duas partes que englobam a Bíblia de forma objetiva e direta: A Teologia Bíblica e a Teologia Sistemática.

Abaixo exemplos de várias categorias da teologia cristã. Compreender o que a Bíblia diz sobre as várias áreas da teologia cristã é a chave para o crescimento espiritual e a eficácia na vida cristã.

— Pneumatologia, Bibliologia, Soteriologia, Antropologia cristã, Hamartiologia, Angelologia, Demonologia cristã, Eclesiologia, Escatologia, Missiologia, etc.


A teologia hermenêutica é o estudo técnico que tem por objeto a interpretação de textos religiosos ou filosóficos, especial das Sagradas Escrituras, a interpretação dos textos, do sentido das palavras. Aquela que trata dos princípios que devemos usar para interpretar as Escrituras, Esta, envolve alguns princípios bem simples que leva em consideração algumas regras e como essas regras são aplicadas na própria Escritura. Algumas dessas regrassäo chamadas de princípios ou pilares de interpretação, como descrito anteriormente e relacionado nos itens abaixo:

1. Somente a Escritura – Sola Scriptura

Significa toda a Bíblia é útil. Seus pontos importantes são:

  • Usar palavras dentro do seu contexto  
  • Interpretação gramatical sintática
  • Interpretação teológica da Bíblia        
  • Interpretação de gêneros diferentes

Significa somente que as Escrituras providenciam a fonte do nosso conhecimento religioso, e única regra de fé, juntamente com coisas espirituais cujo conhecimento é essencial à compreensão da vida. Essa era a ênfase necessária, pois a igreja havia incorporado muitas doutrinas que não procediam da Bíblia, mas meramente de tradições humanas (ex: docetismo). Questöes tais como culto as imagens, a existência de purgatório, e outras doutrinas que não fazem parte das Escrituras; faziam parte das doutrinas ensinadas ao povo. (cf. Hb 12.7-8; 2Tm 3.16-17)

Deus se revela de forma salvífica somente na Escritura Sagrada, uma dádiva recebida somente pela fé e tudo para a glória de Deus somente.

2. Somente a fé – Sola Fide

  • Fidelidade na fé cristã aprendida
  • Ensino claro da fé na Bíblia

Significa que somente a Fé – justificação pela Fé, cf. Gálatas 2.16 – o meio pelo qual nos apropriamos da salvação efetivada por Cristo Jesus para o seu povo.

A Fé representa a resposta a essa iniciativa. Erroneamente a fé imposta por parte do domínio religioso enfatizava-se as ações humanas como forma de se adquirir (comprar) a salvação; chamado de indulgências5 (Rm 1.17).

Na reforma, Lutero e os demais reformadores, não encontraram qualquer base para esses ensinamentos nas Escrituras. Eles identificaram a Fé como sendo a resposta humana, provocada pelo toque regenerador do Espírito Santo de Deus, no processo de salvação.

A Bíblia define a Fé a certeza que se espera (cf. Hb 11.1), e sem ela é impossível agradar a Deus diz em Hebreus 11.6 – Viver esta fé e a resposta que se dá da infalibilidade das Escrituras.

3. Somente a Graça – Sola Gratia

  • Graça de Deus suficiente à todos os homens.

Significa que somente a Graça de Deus é a origem da nossa salvação (cf. Ef 2.8). Na época da reforma, e mesmo nos nossos dias a tendência humana é a de exaltar a habilidade humana de salvar-se a si mesmo.

Os reformadores apontaram que a Bíblia indica sem sombra de dúvidas que somente a Graça de Deus. o favor não merecido da parte D’Ele, origina um meio de salvação. Estamos todos mortos em delitos e pecados e conseqüentemente, nada podemos fazer para nossa própria salvação.

A iniciativa, de providenciar um plano de salvação, é de Deus e dele procedem todas as providências (Ef 2.10). Um cristão verdadeiro depende da Graça de Deus para tudo (2Co 12.7).

Uma Igreja verdadeira proclama o perdão dos pecados gratuitamente por Jesus Cristo sem necessidade de pagar ou cumprir rituais com Jesus ordenou (Mt 10.8).

A posição é a de que a salvação é inteiramente condicionada a ação da graça de Deus, ou seja, só a graça através da regeneração unicamente promovida pelo Espírito Santo (Rm 3.11).

4.     Somente Cristo – SolusChristus

Sempre Cristo no centro da Palavra.Significa Salvação somente por Cristo (1Tm 2.5), é a base da nossa salvação. Somos salvos somente pelos méritos e pelo sacrifício de Cristo e não com base em qualquer outra situação ou ação humana. Cristo é o nosso único intermediário.

Somente Jesus é o nome que salva todos que o invocam (At 4.12). A Igreja deve orar somente ao Pai em Nome de Jesus (Jo14.13-14). A centralidade de Cristo é o fundamento da fé protestante. Lutero, disse que Jesus Cristo é o “centro e a circunferência da Bíblia” – isso significa que quem ele é e o que ele fez em sua morte e ressurreição são o conteúdo fundamental da Escritura. Ulrich Zwingli6 disse: “Cristo é o Cabeça de todos os crentes, os quais são o seu corpo e, sem ele, o corpo está morto”.

Nós precisamos urgentemente ouvir Solus Christus em nossos dias de teologia pluralista. Muitos hoje questionam a crença de que a salvação é somente pela fé em Cristo. Como Carl Braaten diz, eles “estão voltando à velha e falida forma de abordagem cristológica do século XIX, do liberalismo protestante e chamando-a de “nova”, quando, na verdade, é pouco mais que uma “Jesusologia” superficial”. (Rm 11.26; Cl 1.17; do 1.1-4)

5.     Soli Deo Gloria

Significa “Glória somente a Deus” é o princípio protestante segundo o qual toda a glória é devida a Deus por si só, uma vez que salvação é efetuada exclusivamente através de sua vontade e ação. Todas as coisas somente para a Glória de Deus.

A teologia exegética ou simplesmente exegética é a área da teologia que procura estudar e interpretar os livros sagrados, como a Bíblia, Alcorão, Torá, etc. A palavra exegética vem da palavra grega “ekegéomai” que quer dizer: “penso, extrair”. A teologia exegética tem como finalidade estabelecer uma estudo sistemático dos livros sagrados utilizando o conhecimento das línguas originais em que foram escritos, como o hebraico e o grego koiné.

A teologia exegética trabalha o texto em 3 pontos importantes :

O AUTOR

Muitas coisas envolvem a questão da intencionalidade do autor de um texto. A tarefa exegética procura descobrir em última análise, qual seja essa intenção. Claro que a aproximação depende de uma subjetividade, mas através de perguntas exegéticas e a análise do texto pode-se chegar a intenção do texto. Quais meios podemos chegar a intencionalidade?

A exegese é a tentativa de voltar a origem do texto no aspecto cultural, a situação histórica do autor e a situação social em que o texto foi escrito. Intenta descobrir quem era o autor, seus pensamentos, seus relacionamentos e ainda a data em que ele/a viveu.

No caso das Escrituras do N.T., é uma volta a 2000 anos atrás para descobrir o máximo possível o que está por trás das suas palavras. Algumas perguntas na tentativa de se entender o autor do texto.

Algumas perguntas na tentativa de se entender o autor do texto:

  • Quem é o autor?
  • Quais são os destinatários?
  • Qual é o relacionamento de ambos?
  • Qual é o local dos destinatários?
  • Que situação histórica levou à composição do documento?
  • Qual é o propósito do autor?

O TEXTO

O texto é o centro da exegese, antes de aplicar os princípios de interpretação para compreender o texto, faz-se necessário analisar o texto. Neste sentido, toda a exegese procura o texto original. Por isso que professores, mestres, pastores, estudiosos, que trabalham com a Bíblia precisam aprender o grego e o hebraico e as suas respectivas gramáticas (cada vez menos freqüente no cursos de teologia).

A compreensão sintática, gramatical e textual procura trabalhar os seguintes itens:

  • A história das palavras;
  • A escolha do texto;
  • Definição da perícope;
  • Tradução do texto;
  • O contexto maior do texto;
  • O contexto imediato;
  • Análise sintática das partes do texto;
  • Análise do livro;
  • Conclusões entre o autor e o texto;
  • Sitz im leben – Contexto vital do texto.
Não há lugar para a sabedoria onde não há paciência.

O LEITOR

Nesta parte entra a teologia hermenêutica e a aplicação do texto. O leitor também é avaliado, mas ele/a não é o foco do texto. Jamais devemos colocar o peso da interpretação sobre o leitor, por isso toda a exegese e interpretação é passível de crítica e de subjetividade.

Embora o Autor da Bíblia para nós protestantes, reformados, pentecostais é o Espírito Santo (inspiração), há uma interpretação em que nós somos importantes. A Iluminação e a revelação se dá no leitor que interpreta o texto.

A iluminação é o entendimento correto da Revelação e a Revelação é o conhecimento de Deus em Jesus Cristo.

A Teologia Bíblica, é reconhecer o ensino de cada livro das escrituras, e ao mesmo tempo obtêm visão panorâmica dos variados métodos, compreendendo a contribuição de cada livro dentro do progresso da revelação e da história da redenção. Estuda a Bíblia e organiza as conclusões obtidas pela Teologia exegética (que usa técnicas como a exegese para interpretar a Bíblia) em várias divisões e áreas de estudo, com a finalidade de estudar e conhecer a evolução ou a história progressiva da Revelação de Deus à humanidade, desde da queda e passando pelo Antigo Testamento e Novo Testamento. A teologia bíblica é a disciplina que estrutura a mensagem dos livros da Bíblia em seu ambiente formativo histórico.

A tarefa da teologia bíblica é de expor a teologia encontrada na Bíblia em seu próprio contexto histórico, com seus principais termos, categorias e formas de pensamentos Ela é primariamente uma disciplina descritiva. Ao contrário da Teologia Sistemática, é indutiva, isto é, a partir da pesquisa exegética faz afirmações, ou seja, parte do específico para o geral.

De um modo geral, a Teologia Bíblica parte da exegese de textos bíblicos como afirmação primeira, daí elaborando afirmações decorrentes.

A Teologia Bíblica ainda divide-se em:

  1. Teologia Bíblica do A. T.
  2. Teologia Bíblica do N. T.

O propósito

Podemos destacar como “crítica textual” ou “baixa crítica”, pois procura os critérios para as escolhas dos manuscritos, isto é, no V.T e no N.T. Esta ciência é chamada de Manuscriptologia[1]. O plano da Bíblia é revelar, testemunhar uma história sobre Deus e seus atos na história.

Método Sintético

Este método segue temas estabelecidos e define cada tema de acordo com o período bíblico. O Conceito aqui é procurar temas e segui-los dentro da teologia bíblica. Neste tipo de estudo é possível ser subjetivo nas comparações e na ordem dos temas.

Método Analítico

O Método Analítico procura estabelecer análises de porções distintivas sem preocupar-se com o todo. É um método de teologia em que o texto é singular e estabelece sua própria teologia estabelecendo uma teologia individual. O problema e dificuldade deste método está numa diversidade radical que resulta numa colagem de quadros teológicos.

Método Histórico

O Método histórico por sua vez procura desenvolver teologias a partir da história do povo de Deus. Este método também intenta procurar padrões teológicos sem levar em conta o contexto atual.

—Ex. A teologia que tenta voltar para a época da Igreja primitiva, da Reforma, da idade Moderna e Pós-Modernidade. O problema está na subjetividade do próprio pesquisador.

Método Cristológico

Este método procura estabelecer Cristo como o centro dos dois Testamentos. O Método é interessante, o perigo está em espiritualizar textos em que Cristo não é tão visível.

Método Confessional

O Método Confessional levanta uma forma sistemática [das Confissões] para estabelecer a teologia e o estudo bíblico. Neste modelo, a Bíblia parece mais uma série de declarações de fé além da história. O perigo deste método é separar a fé da história.

Cosmovisão Teológica

 É a estrutura por meio da qual a pessoa entende os dados da vida. Uma cosmovisão influencia muito a maneira em que a pessoa vê Deus: origens, mal, natureza humana, valores e destino. – Francis Schaeffer disse que a comosvisão: ”é o filtro através do qual uma pessoa enxerga o mundo de maneira singular( Livro: Como Viveremos). 

Para o cristão, a cosmovisão cristã vai colocar o entendimento do universo como criação de Deus, e todas as esferas de conhecimento, possíveis de estarem presentes na humanidade, como procedentes do Deus único e verdadeiro, Senhor do universo, comunicadas a nós por Cristo “…no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento (Cl 2.3)”. 

Vamos agora entrar no que compreendemos como centro da Teologia – Jesus Cristo e a Salvação por seu intermédio. Todas as outras teologias giram ao redor deste tema central. Por isso a cosmovisão cristã e reformada é a obra de Deus em Cristo. 

Aspectos bíblicos que demonstram a cosmovisão bíblica. A resposta só pode ser os Evangelhos e João 3:16.

Há uma linha teológica no descendente da mulher em toda a Escritura. Nesse descendente que viria é o foco central de toda a Bíblia. Não há razão dos textos do A.T. sem Jesus Cristo. A chave interpretativa da Bíblia é Jesus Cristo. Ele é visto em Gn 3:15 na promessa para a mulher, na semente de Sem em Gn 9:27; Gn 12:1-3; Dt 18:18; 2 Sm 7:12; 1Cr 17:11; Is 41:8; Is 9:7; Is 53:1-12; Mt 1:20; Mc 1:1; 12:37; Lc 1:27, 69; 20:44; Rm 1:3; Rm 1:4; 15:12; Gl 3:16,19; Fp 2:5; 2 Tm 2:8; Hb 7:6; Ap 5:5 e 22:16, etc.

Artigos específicos são dedicados aos temas relacionados com a fé, como sejam os conceitos em torno da veracidade da Bíblia: revelação, inspiração e inerrância bíblica, Bíblia e Ciências e Bíblia e Magistério; e, por outro lado, aos aspectos históricos e culturais, como sejam a formação e extensão do “cânon bíblico”, as línguas bíblicas, as versões bíblicas antigas e modernas. Compreendem-se suas divisões para o estudo da Teologia Bíblica:


[1]Escrito manuscrito. É a disciplina científica que reúne e estuda os conhecimentos e técnicas necessários à criptoanálise e à criptografia.

A Teologia Sistemática é entendida como discurso sistemático, metódico e hermenêutico sobre a fé cristã que é vivida segundo a práxis na Igreja católica[1]. Não obstante o caráter confessional desta teologia.

A teologia sistemática, reuni em um todo ramos como por exemplo a teologia doutrinal, a teologia dogmática e a teologia filosófica, etc. É a disciplina que formula uma descrição ordenada, racional e coerente da fé e crenças cristãs. Ela reúne as informações extraídas da pesquisa teológica, organiza-as em áreas afins, explica as aparentes contradições e, com isso, fornece um grande sistema explicativo (diferentemente da teologia histórica ou da teologia bíblica. Também associada por vezes à apologética cristã, que serve no confronto e defesa teológica da fé entre diferentes religiões e heresias.

Nutre-se da convicção sistemática de que a práxis[2]vivida pela comunidade de fé em Jesus Cristo é o acesso à manifestação singular de Deus que constitui o objeto da reflexão teológica cristã, sendo um estudo aplicado na hermenêutica mais que um estudo dogmático de caráter bíblico.

Verbetes específicos são dedicados aos grandes temas da teologia. Esses temas giram em torno dos estudos cristãos e do próprio Cristo, do Deus da Revelação, como:

  • Mistério de comunhão (Trindade);
  • Criação e Consumação;
  • Ser Humano – Antropologia Teológica;
  • Comunidade Cristã (Eclesiologia); etc.

São tratadas várias questões emergentes emTeologia Sistemática. O primeiro a elaborar uma Teologia Sistemática foi a Igreja Primitiva na elaboração do Credo dos Apóstolos (At 15.6-11) ou ainda nas declarações de Nicéia, Calcedônia e as Confissões de fé e Declarações de fé.

Exemplos na história relatados numa Teologia Sistemática:

  • A tradição protestante de exposição temática e ordenada de toda a teologia cristã (ortodoxia protestante) surgiu no século XVI, com os Loci Communes de Filipe Melanchton[3].
  • João de Damasco, no oriente, no século VIII sobre a ortodoxia oriental, um exemplo antigo é a Exposição da Fé Ortodoxa, na qual se tenta organizar, e demonstrar a coerência, a teologia de textos clássicos da tradição teológica oriental.
  • Calvino nas Instituições da Religião Cristã são a exposição sistemática da teologia de Calvino para o Rei Francisco I.
  • Pedro Lombardo, no ocidente, no século XII, sobre as Sentenças, em que é coletada uma grande série de citações dos Pais da Igreja, tornou-se a base para a tradição de comentário temático e explanação da escolástica medieval – cujo grande exemplo é a Suma Teológica de Tomás de Aquino.

Podemos citar diversas temáticas tratadas na Teologia Sistemática, como: Justificação, Criação x Evolução, Trindade, Cristologia, Eclesiologia, A Esperança Cristã, etc.


[1] Igreja de Cristo no mundo, termo usado universalmente de igreja de Cristo
l) Práxis 6 a união dialética entre teoria e prática. É a prática poramor.
[3]Philipp Melanchthon foi um reformador, astrólogo e astrónomo alemão. Colaborador de Lutero, redigiu a “Confissão de Augsburgo” e converteu-se.