CGMEB REGIONAL ARARAQUARA-SP

7A Ética Cristã na Sexualidade

8 A Ética Cristã e a Imoralidade

9 A Igreja e o  Relativismo Ético

10 A Ética Cristã no Comportamento

11 A Ética Cristã e a Responsabilidade Social do Cristão

12 A Ética Cristã e o Trabalho

13 A Ética Cristã na Cidadania

14. A Ética Cristã no Aconselhamento Pastoral

7. A Ética Cristã na Sexualidade

“Que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra”. 1Ts 4.4

Verdade aplicada

Como vasos na casa de Deus, devemos nos conduzir com ética em nossa sexualidade.

Objetivos do estudo

  • Destacar os princípios bí­blicos quanto à pureza se­xual.
  • Definir os limites estabe­lecidos por Deus para o sexo.
  • Salientar a importância da santificação para uso do Senhor.

Leitura efetiva

  • 1Co 6.12-18

Leituras complementares

  • Segunda: Js 3.5
  • Terça: Sl 93.5
  • Quarta: Sl 119.9
  • Quinta: Is 52.11
  • Sexta: Fl 4.8
  • Sábado: Tt  1.15

Nossa sociedade, ao que tudo indica, está obcecada pelo sexo. O sexo fora do casamento, a homossexualidade, a prostituição, pedofilia e a pornografia são prá­ticas cada vez mais aceitas em nossa socie­dade. Tudo com uma dose de exibicionismo, de contestação, uma pessoa hedonista[1]. O sexo é utilizado até nas pro­pagandas. Como manter uma ética cristã sexual em meio a uma sociedade tão per­vertida sexualmente? Somente através dos conceitos exarados na Palavra de Deus. Pra­ticando-os, seremos santificados e purifica­dos em meio a uma geração perversa.

O sexo é o instinto que atrai um sexo para o outro (Gn 2.24), é a soma total de todas as diferenças físicas e anatômicas que distinguem o homem da mulher. Mas o sexo envolve muito mais do que o instinto físico. A Bíblia ensina verdades acerca do sexo e seu uso como bênção de Deus para nossas vidas (Pv 5.15-18).

O sexo foi criado por Deus — O sexo é originalmente bom (Ec 9.9). Quando Deus criou os seres humanos, Ele nos fez homens e mulheres e declarou que a sua criação era boa (Gn 1.27, 31). O que Ele fez reflete a sua bondade: “Tudo que Deus criou é bom … ” (1 Tm 4.4). O objetivo de Deus através do sexo é dar ao casal a felicidade física, mas também o equilíbrio emocional (Ec 4.9-12).

O poder do sexo — Em Gênesis, lemos: “E Deus os abençoou e lhes disse: sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a … ” (Gn 1.28). O sexo não é somente poderoso para fazer o homem e a mulher “uma só carne, mas de multiplicar seres humanos, pessoas que continuarão a espécie na terra. O sexo foi criado para proporcionar prazer e satisfação (Cantares 4:10). Tanto os homens quanto as mulheres recebem a dádiva de serem capazes de sentir prazer e deleite no casamento. Todos os seres humanos são frutos de um ato sexual” (Gn 4.1,2), que na qual deverá ser preservado dentro dos padrões bíblicos (Lv 18.6).

O sexo exige controle — É obvio que o sexo precisa ser controlado (1Co 7.1,2). A força do sexo precisa ser canalizada para felicidade do homem e da mulher. O casamento é o meio escolhido por Deus para dirigir e regular o grande poder do sexo: “Por isso deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua mulher, tornando­se os dois uma só carne” (Gn 2.24).

O sexo não deve ser uma obrigação penosa. Porém, tampouco o prazer físico é o seu único propósito. O ideal de Deus é que nos abstenhamos antes do casamento e sejamos fiéis aos nossos parceiros dentro dele. Estes limites são para a nossa própria proteção.

A sexualidade humana é um tema que tem sido amplamente debatido e interpretado de diversas maneiras ao longo da história, influenciado por fatores culturais, religiosos e filosóficos. Desde os tempos antigos, fundadores de religiões exóticas, filósofos e líderes da Igreja cristã têm moldado a compreensão e os valores associados ao sexo. Essas diversas abordagens refletem a complexidade e a profundidade das visões humanas sobre a sexualidade.

Nas religiões exóticas da antiguidade, como as que se desenvolviam nas civilizações mesopotâmicas, egípcias e greco-romanas, a sexualidade frequentemente ocupava um lugar central nos rituais e práticas religiosas. Muitas dessas culturas viam o sexo não apenas como um ato físico, mas como uma manifestação espiritual, um meio de conectar-se com o divino. Os templos de Vênus, por exemplo, eram locais onde o sexo ritualístico era praticado, simbolizando fertilidade e prosperidade.

Em contraste, algumas filosofias e religiões orientais, como o Budismo e o Hinduísmo, apresentavam visões dualistas sobre a sexualidade. Enquanto alguns textos e tradições exaltavam o prazer sexual como um caminho para a iluminação espiritual (como visto no Tantra), outras escolas pregavam a renúncia aos desejos carnais como um meio de alcançar a pureza e a transcendência espiritual.

No contexto do surgimento da Igreja cristã, os conceitos de sexualidade passaram por uma transformação significativa. Os primeiros líderes da Igreja, influenciados tanto pelo judaísmo quanto pelo pensamento greco-romano, desenvolveram uma visão que frequentemente enfatizava a castidade e a moderação sexual. O apóstolo Paulo, em suas epístolas, abordou a sexualidade de maneira prática, aconselhando os cristãos a manterem-se puros e a praticarem o sexo dentro do contexto matrimonial (1 Coríntios 7:2-5). A teologia paulina frequentemente associava o sexo fora do casamento com pecado e corrupção moral.

Durante a Idade Média, a Igreja Católica Romana consolidou uma visão rigorosa da sexualidade. O celibato clerical tornou-se uma norma, simbolizando um estado de pureza e dedicação exclusiva a Deus. Teólogos medievais, como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, desenvolveram doutrinas que viam o sexo como necessário para a procriação, mas potencialmente perigoso para a alma devido à concupiscência. Agostinho, por exemplo, ensinava que o desejo sexual era uma consequência do pecado original, uma visão que influenciou profundamente a moral sexual da Igreja por séculos.

Com o advento da Reforma Protestante, os conceitos de sexualidade sofreram novas mudanças. Reformadores como Martinho Lutero e João Calvino defenderam a dignidade do casamento e da sexualidade dentro do matrimônio. Eles rejeitaram o celibato obrigatório, promovendo a ideia de que o casamento era um estado natural e honroso, ordenado por Deus para a procriação, a satisfação mútua e a prevenção da imoralidade sexual.

Nos tempos modernos, a Revolução Sexual dos anos 1960 e 1970 trouxe uma nova reavaliação dos conceitos tradicionais de sexualidade. Movimentos sociais e culturais começaram a desafiar as normas estabelecidas, promovendo uma visão mais liberal e permissiva da sexualidade. A psicanálise de Freud também teve um impacto significativo, ao sugerir que a repressão sexual era prejudicial ao bem-estar psicológico.

Contudo, as visões cristãs contemporâneas sobre a sexualidade ainda variam amplamente. Algumas denominações mantêm uma postura conservadora, enfatizando a importância da castidade e do sexo dentro do casamento heterossexual. Outras adotam uma abordagem mais inclusiva e afirmativa, reconhecendo a diversidade das expressões sexuais humanas e a necessidade de amor e respeito em todas as relações.

Em suma, os conceitos históricos sobre a sexualidade são vastos e variados, refletindo a multiplicidade de perspectivas culturais, religiosas e filosóficas que têm moldado o comportamento e os valores humanos ao longo dos séculos. Essa rica tapeçaria de interpretações continua a evoluir, à medida que novas compreensões e contextos emergem na sociedade contemporânea.

O conceito do Maniqueísmo — Mani, o fundador do maniqueísmo, uma seita herética do III Século, em deliberada atitude de hostilidade contra o corpo, o sexo e a mulher, ensinou que a mulher é uma criatura do demônio. O homem o é só pela metade; acima da cintura ele é criatura de Deus, o resto é produto do demônio. Segundo ele, a união do homem e da mulher no casamento era, portanto, uma obra completamente demoníaca. Algo que a Bíblia refuta. (Gn 2.21,22)

O conceito de Orígenes — Orígenes, um dos mais destacados líderes da Igreja Cristã, considerava o sexo como algo tão ignominioso[2] e pecaminoso que, num imprudente acesso de zelo, chegou a castrar-se, tanto era o seu temor em se envolver com o mesmo. Jesus falou daqueles que se tornavam “eunucos” pelo reino de Deus (Mt 19.12), mas abominar algo que o Senhor criou é descrer da Palavra de Deus (Mt 19.6).

O conceito de Tomás de Aquino — Tomás de Aquino, sem dúvida, um dos mais respeitáveis doutores da Igreja, de forma, um tanto mais moderada, porém revolucionária para sua época, ensinou que o relacionamento sexual é perfeitamente natural para o homem e a mulher, e que o prazer sexual não precisa ser honrado, compensado e dignificado por outros valores, já que o sexo em si mesmo não tem nada de mau. Seus valores se firmam na Palavra de Deus (Gn 1.27,31).

A função do sexo pode ser vista de três ângulos: antes do casamento, dentro do casamento e fora do casamento. O sexo é um dos relacionamentos interpessoais no qual os indivíduos se engajam (Ef 5.31). É uma das forças mais poderosas do mundo, também, porém uma das mais pervertidas. Talvez uma das razões para sua perversão seja seu poder sobre a humanidade caída. Do outro lado, boa parte do abuso do sexo talvez resulte de um mal entendimento acerca dele. (Tt 1.15 “Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puroAg2.10-14. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas)

O sexo antes do casamento — Segundo a Bíblia, o sexo antes do casamento é chamado de “fornicação” (Gl 5.19; 1Co 6.18). A relação sexual já inicia um “casamento”. Se não foi constituída dentro de um compromisso vitalício, constitui-se um ato de fornicação, ou prostituição (1Co 6.16). Resumindo, não existem relações sexuais pré-nupciais na Bíblia. A prostituição é um casamento ilegítimo. É bem verdade que a nossa sociedade estimula a sexualidade fora do casamento (Rm 1.24), inserindo um tipo de espécie de pressão social.

A função do sexo no casa­mento Bíblicamente, há três funções do sexo no casamento:

1 ª. A união conjugal

O casamento é o ideal divino para se atingir propósitos de Deus. “Os dois se tornarão uma só carne” (Gn 2.24; Mt 19.5)

O casamento é uma instituição sagrada estabelecida por Deus, projetada para atingir Seus propósitos divinos. Em Gênesis 2:24, a Escritura nos revela: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. Este conceito é reafirmado por Jesus em Mateus 19:5, enfatizando a profundidade e a importância da união conjugal.

No casamento, dois indivíduos se tornam um só, não apenas fisicamente, mas em espírito e propósito. Esta união reflete a intenção divina de companheirismo, amor e parceria. É através do casamento que Deus deseja que Seus filhos experimentem um relacionamento que espelha Seu amor por nós – um amor incondicional, sacrificial e eterno.

A união conjugal é mais do que um contrato; é um pacto diante de Deus. É um compromisso de compartilhar a vida, suportar as cargas um do outro e crescer juntos na fé. Este vínculo proporciona um ambiente seguro e amoroso para a criação dos filhos e para o desenvolvimento mútuo dos cônjuges.

Portanto, o casamento é um chamado divino para viver em harmonia, refletindo o amor de Cristo pela igreja. Quando dois se tornam uma só carne, eles se alinham com o propósito de Deus, formando uma unidade que glorifica a Ele e cumpre Seus planos eternos.

2ª. A função do sexo no casamento é recreacional.
A função do sexo no casamento vai além do aspecto recreacional. O sexo desempenha um papel fundamental na intimidade e conexão emocional entre os cônjuges. Além de proporcionar prazer físico, o sexo no casamento fortalece os laços afetivos, promove a expressão do amor e aprofunda a comunicação entre o casal. É uma dimensão vital do relacionamento matrimonial, permitindo que os parceiros compartilhem uma experiência íntima e única, fortalecendo a união e aprofundando a cumplicidade entre eles. (Ct 4.10)

3ª. A função do sexo no casamento é a procriação

A função do sexo no casamento abrange tanto a procriação quanto outros aspectos importantes (Sl 127.3). Embora a procriação seja uma das finalidades biológicas do sexo no contexto matrimonial, é fundamental reconhecer que o sexo também desempenha papéis significativos na intimidade, na expressão de amor. É uma esfera essencial do relacionamento conjugal, que envolve tanto a dimensão reprodutiva quanto a expressão do amor. O primeiro nascimento registrado na Bíblia é descrito como resultado do intercurso sexual (Gn 4.1).

c) O sexo fora do casamento — Tendo em mente a função do sexo no casamento, podemos compreender mais facilmente as proibições bíblicas acerca das relações extraconjugais. O adultério, a prostituição, a fornicação e a homossexualidade (Lv 20.13) são práticas sexuais condenadas por Deus (1Co 6.10). O adultério e a prostituição, segundo a Bíblia, abrangem toda relação sexual extramatrimonial de um homem com uma mulher casada ou não e vice-versa (Hb 13.4). No A.T., o adultério era passível de pena de morte (Lv 20.10).

Assim como a imundície é própria da natureza caída do homem, a pureza, em todos os níveis, é uma qualidade inerente e inseparável da vida cristã. Esta é a ênfase do ensino do apóstolo Paulo em 1 Coríntios 6:12-20, um trecho que merece nossa atenção e reflexão.

Ser puro é uma opção pessoal — O apóstolo Paulo, em sua carta aos coríntios, destaca que todos os crentes têm diante de si a opção de fazer o que é “lícito” e o que convém (1 Coríntios 6:12). O livre arbítrio permite ao homem optar tanto pelo que edifica quanto pelo que não contribui para a edificação. No entanto, como crentes, somos chamados a ser “cativos” da vontade de Deus, agindo somente de acordo com o que convém ao nosso chamado cristão (1 Coríntios 9:25).

O cristão deve isentar-se da imoralidade sexual — Paulo estabelece um contraste claro ao afirmar que “os manjares são para o ventre e o ventre para os manjares” (1 Coríntios 6:13a), mas acrescenta que “o corpo não é para prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo” (1 Coríntios 6:13b). Este argumento paulino sublinha uma lei intrínseca à nossa natureza, sugerindo que quando violamos esta lei através da fornicação, nosso corpo sofre as consequências (1 Coríntios 6:18).

O nosso corpo deve ser mantido puro — Paulo enfatiza que o corpo do cristão é o templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6:19). Manter este templo puro e imaculado é uma necessidade imperiosa para quem deseja que Deus continue a habitar nele. Paulo reitera esta necessidade em 1 Coríntios 3:16, onde lembra que nosso corpo é o santuário de Deus. Este chamado à pureza é reforçado em Colossenses 3:5, onde somos instruídos a mortificar os desejos terrenos que corrompem nosso corpo e espírito.

A pureza é, portanto, uma marca distintiva da vida cristã. A santificação é uma expectativa para aqueles que aguardam a volta de Cristo, conforme declarado em 2 Coríntios 7:1. Viver em santidade e honra não é apenas uma escolha, mas um mandato para todos os que desejam refletir a imagem de Cristo em suas vidas diárias.

A imoralidade sexual, portanto, deve ser veementemente condenada por aqueles que professam a fé cristã. Paulo nos chama a entender que nosso corpo é mais do que um veículo para nossos desejos; ele é um templo dedicado ao Senhor. A pureza, em pensamento, palavra e ação, deve ser buscada ativamente, reconhecendo que é através dela que honramos a Deus e mantemos uma comunhão plena com o Espírito Santo.

Este ensinamento é particularmente relevante em uma sociedade que frequentemente glorifica a permissividade e a satisfação dos desejos carnais. Os cristãos são chamados a ser contraculturais, exemplificando uma vida de pureza e santidade que testemunha o poder transformador do Evangelho. A luta pela pureza não é fácil, mas é essencial para a vida cristã. Através da graça de Deus e do auxílio do Espírito Santo, podemos resistir às tentações e viver de maneira que glorifique a Deus em todos os aspectos de nossa vida.

A fidelidade sexual está baseada no relacionamento altamente pessoal entre duas pessoas do sexo oposto. Deus fez o sexo como algo bom, e deu o meio através do qual deve ser exercitado, o comprometimento vitalício chamado casamento.

Somente o relacionamento monógamo tem a bênção de Deus. A poligamia, portanto, é eliminada do moralmente normativo. O casamento não somente é um relacionamento único como também é permanente. O que Deus ajuntou, o homem não deve separar. Portanto, o propósito dessa lição é despertar a necessidade de se manter a ética na sexualidade.

Glossário

Obcecado: Persiste no erro, insistente.

Herético: Relativo à heresia Exarado :Registrado, lavrado.


[1] O Hedonista é a pessoa que tem como principal objetivo a busca do prazer. 
[2] Que provoca ignomínia; que merece repulsão; oprobrioso, infame

8. A Ética Cristã e a Imoralidade

“Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento levada a massa toda?”. 1Co 5.6

Verdade aplicada

A perda do padrão ético divino pode resultar num comportamento repleto de imoralidade.

Objetivos do estudo

  • Mostrar os perigos da per­da do padrão ético de con­duta.
  • Questionar as mudanças de valores na sociedade.
  • Reprovar com argumentos bíblicos a imoralidade na sociedade.

Leitura efetiva

  • 1Co 5.1-5

Leituras complementares

  • Segunda: Mt 5.27-30
  • Terça: Gl 5.16-26
  • Quarta: Tg 1.12-18
  • Quinta: 2Tm 2.19-22
  • Sexta: Ef 4.17-32
  • Sábado:  Nm 25

A imoralidade é o oposto da moral. É o contrário à moral e aos bons costumes. Muitos pensam que a imoralidade está relacionada apenas com as práticas sexuais devassas e libertinas. Quando falam em imoralidade pensam apenas em falhas na área sexual. É um sério engano. A imoralidade está relacionada com todas as esferas da vida humana, o trabalho mal remunerado pode ser considerado uma imoralidade, aliás, isso é uma séria imoralidade. A necessidade do próximo de trabalho ou de assistência médica, escolar, espiritual, entre outras, não nos dá o direito de explorá-lo, humilhá-lo. Quando isso ocorre num relacionamento humano, torna-se uma imoralidade.

O sexo é uma criação de Deus. A Bíblia diz que quando Deus fez o homem o fez sexuado: “E criou Deus homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” (Gn 1.27). Depois de Deus ter feito o homem sexuado, homem e mulher, a Bíblia nos diz que ele achou tudo quanto fizera muito bom: “E viu Deus tudo quanto ti­nha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto” (Gn 1.31), inclusive o sexo. Citamos a seguir alguns exemplos.

Fornicação E a relação sexual antes do casamento. É uma prática reprovada por Deus. Houve na Igreja de Corintos tantos crentes caindo neste pecado, que Paulo quando soube do que estava havendo entre eles, enviou-lhes uma carta de reprovação (1Co 5.1-5).

O adultério — É a relação sexual de uma pessoa casada com outra que não seja seu cônjuge, é algo imoral, por ser um desrespeito ao cônjuge que ignora tal traição ou envolvimento (Pv 6.32).

A prostituição — A prostituição é a prática do sexo fora do casamento. Ela se caracteriza pela venda do corpo. Na prostituição ele é reduzido a um mero objeto, ou máquina de liberação dos desejos mais obscenos e baixos (Jr 13.27).

As injustiças que se comentem no social são enormes imoralidades, e podem ser equiparadas as da área sexual. Aliás, em muitos casos as imoralidades sexuais têm como causas, além dos fatores espirituais, os fatores sociais. Já houve época na história do homem, que os criminosos eram considerados inimigos da sociedade. Hoje, no entanto, muitos psicólogos os consideram produto dela, o que mostra que os valores humanos se alteram, tanto para bem ou mal. A princípio o mal está associado ao homem com a desobediência de nossos primeiros pais (Gn 3.8). Mas o que originou esse mal se manifestou na rebelião angelical (Ez 28.15).

A utilização do dinheiro também manifesta uma forma de imoralidade. Pois muitos homens infiéis deixam de alimentar seus filhos, para gastarem seus parcos salários com prostitutas, bebedices e jogatinas. O pior é que os cristãos podem cometer vários erros na utilização do seu dinheiro, mesmo que tais erros não sejam considerados imoralidades, mas muitos deixam de ajudar a obra de missões em virtudes de passeios desnecessários, festas e até mesmo em razão da vaidade pessoal. A própria Bíblia diz: “Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça … ” (Mt 6.33). Os preços dos produtos primários de exportação, que é a base da economia dos países subdesenvolvidos, são, a cada dia, desvalorizados, mesmo assim sempre são pagos em outra moeda, gerando um câmbio devastador para os países pobres. As desigualdades sociais se formaram em consequência da distribuição desigual de renda, do excedente de riqueza produzido pelas sociedades.Mas Deus sempre conduziu a nação de Israel de forma não miserável (Dt 8.18).

Muitas injustiças se registram no campo do trabalhos em regime de escravidão e numa condição degradante da natureza humana. Pior ainda, vemos os traficantes de mão-de-obra, que sequestram menores e os vendem, até para o exterior. Outros há que seduzem as mulheres com promessas de bons empregos no estrangeiro, mas quando lá chegam são escravizadas e, muitas até morrem doentes e sem qualquer amparo. Há no interior do Brasil, a exploração da infância e adolescência em lavouras, na pecuária e nas indústrias clandestinas, impedindo assim a permanência das crianças na escola. (Sl 104.23).

Nesse aspecto, a imoralidade diz respeito à infidelidade a Deus. É seguir outros deuses, fazer altares profanos, cultos idólatras e outras práticas que ferem a verdade bíblica. A própria exaltação do “eu”.

a) Idolatria doméstica — É a manifestação mais perigosa desta prática pecaminosa, pois corrompe as crianças na mais tenra idade. E o Diabo se utiliza deste fato, pois operando com eficácia no seio da família, ele perverte toda sociedade. Sabemos que tudo se inicia na família, que é a célula “mãe” da sociedade, nascedouro do cidadão. Agora imaginem quando o homem nasce num ambiente idólatra e se forma com esses conceitos de adoração, o que podemos esperar? (1Sm 19.13).

b) Idolatria social — Há países que adotam uma religião oficial, impedindo qualquer outra forma de culto. Em alguns lugares para preservar sua religião, os governantes decretam a morte aos que se opõem aos seus rituais. Há um aspecto na história da igreja, que se convém observar. Até o terceiro século, a igreja se mantinha vigorosa e sadia. Mas a partir da conversão de Constantino (272-337), quando ela passou a ser envolver com o Estado Dominante, a sua primordial tarefa foi deixada em segundo plano. Pois para muitos integrantes do Império a Igreja tinha outro objetivo que era o de agradar o Imperador. É provavelmente que nesse período tenha surgido a “Mariolatria”. E também é por tal época que se passou a cultuar a figura militar (Is 19.3).

c) Idolatria religiosa — Os cultos pagãos no passado retratavam um hábito, já antigo, que não se pode afirmar uma data exata para seu surgimento. Existiam os que cultuavam as imagens de serpen­te, de répteis, de aves e outras coisas mais (Rm 1.23-25). A igreja cristã começou a ser perseguida, nos primeiros três séculos, pelo Império Romano, exatamente, por suas convicções e pela sua pregação. Havia uma enorme diferença entre ela e o Império (At 19.35).

A vida pessoal do homem sem Deus encontra-se totalmente fora dos padrões bíblicos. Nós que somos cristãos não podemos compactuar com esse “Modus Vivendi”. Não podemos nos conformar com a filosofia predominante nesse mundo, que influencia o homem na sua maneira de falar, agir ou negociar, tudo de forma errada. Mesmo estando ainda no mundo não fazemos parte dessa engrenagem. Somos estrangeiros, não adotamos seus costumes e o seu palavreado (Jo 17.14-16).

a) Linguagem — A primeira área em nossa vida, segundo a lista de Paulo em 1Tm 4.12-16, é nosso falar. Conquanto não possamos dizer ao certo se o apóstolo colocou essa lista em ordem de prioridade, é curioso que a relato se inicia com a linguagem. Talvez seja reflexo daquilo que Tiago afirma: os que são mestres são passíveis de maior julgamento, e a primeira luta em nossa vida, uma das maiores ameaças é esse “dragão” em nossa boca, conhecido como língua (Tg 3.6).

b) Mentira — Se fôssemos colocar numa lista de maior gravidade as mais prejudiciais destruições da língua, a mentira deveria estar próxima do topo da lista, principalmente porque nossa função é ser mensageiros da verdade e representar um Deus que é sempre coerente e fielmente verdadeiro (Jo 8.44).

e) Murmuração — Uma das características dos filhos de Israel enquanto caminhavam pelo deserto era a murmuração e o espírito queixoso. Isso desagradou tremendamente a Deus, pois, como o Antigo Testamento diz, refletia diretamen­te falta de gratidão pelo que o Senhor havia providenciado e a falta de valorização da direção soberana na vida deles (At 6.1).

O nosso mundo está como Sodoma. Mas, não pensem que a imoralidade de Sodoma era apenas na área sexual. Havia de fato aberrações sexuais em Sodoma (Gn 19.1-8). Porém, havia também imoralidades sociais (Ez 16.49).

A imoralidade não diz respeito apenas à área sexual, mas também à social. Em todos os sentidos, a imoralidade faz mal ao próximo. Em qualquer área do relacionamento humano, no lar, no trabalho, na igreja, na escola, a imoralidade avilta o próximo.

Glossário

  • Palavreado: Palavras sem nenhum nexo e importância
  • Imoralidade: Prática de maus costumes, desregramento Social: Relativo à sociedade.

9. A Igreja e o  Relativismo Ético

“”Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho􀀂 preparado para vos apresentar como virgem pura a um esposo que é Cristo “. 2Co 11.2

Verdade aplicada

A sociedade atual aprova práticas claramente condenadas pela Bíblia.

Objetivos do estudo

  • Revelar a Bíblia como o maior manual de ética.
  • Instruir a igreja sobre o perigo do relativismo.
  • Alertar o crente sobre o perigo do legalismo.

Leitura efetiva

  • Rm 6.10-14

Leituras complementares

  • Segunda: 1Co 10.23-33
  • Terça: Is 5.18-24
  • Quarta: Gl 5.16-26
  • Quinta: Gl 3.1-9
  • Sexta: Gl 3,10-14
  • Sábado:  Gl  3.10-18

O termo “relativismo” seve para designar uma doutrina que afirma que as verdades morais que variam conforme a época, o lugar e o grupo social. É uma concepção filosófica segundo a qual nada é definitivamente certo nem absoluto. O relativismo nega os valores fundamentais da fé cristã incentivando o próprio homem a criar seus próprios métodos de comportamento. Se o indivíduo é quem determina as questões morais, então o convívio social tende a se tomar anárquico[1]. Isto é o que se vê na sociedade atual, que aprova certas atitudes e atividades, embora elas sejam claramente identificadas como pecado na Bíblia.

A história sobre a realidade huma­na baseia-se em três diferentes as­pectos, os quais, veremos mais adi­ante. Entretanto, vale ressaltar que, as consequências do pecado afe­tam a ordem do próprio Universo. Muitas pessoas têm pouco entendimento sobre o termo pecado. Tendemos a pensar que isso significa havermos quebrado umas poucas regras, cometido alguns erros. Então nos desculpamos e continuamos a viver indiferentemente.

O homem no plano original do Criador — O homem foi criado por Deus conforme a sua “imagem e semelhança”.Recebendo do Criador a autoridade sobre o restante da criação, tendo, porém, a responsabilidade de administrá-la com responsabilidade e lisura (Gn 1.28-31; 2.15). A morte não tinha lugar na criação original. Ela entrou na experiência humana porque o próprio mundo físico inclusive nossos corpos foi danificado pela queda no Éden. Desde que ocorreu tal fato, a criação ficou “sujeita à corrupção”, e só se libertará na redenção final (Rm 8.21).

O homem debaixo do poder do pecado — A opção do homem pelo pecado foi um ato livre e característico de desobediência ao Criador. A obediência a Deus não é uma questão de seguir regras arbitrariamente impostas por um mestre severo. Mas um meio de entrar na vida real, uma vida cheia de significado e propósito: “Vês aqui, hoje te tenho proposto a vida e o bem, e a morte e o mal. .. escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua semente” (Dt 30.15-19).

Fomos feitos para amar a Deus, o qual nos deu a capacidade de escolha. Os seres humanos não são marionetes, mas agentes capazes de alterar o curso da história com as suas opções.

O homem reconciliado com Deus — Se a tarefa de Deus foi uma obra de construção a missão de Cristo e antagonicamente a obra do Maligno foi uma atuação de destruição daquilo que Deus havia estabelecido.🙏

A reconstrução da vida e a reaproximação de Deus são processos intricadamente interligados, que envolvem diversos aspectos da jornada espiritual e pessoal de um indivíduo. Quando alguém passa por uma fase de reconstrução, seja após uma adversidade, uma crise ou um momento de afastamento de sua fé, é comum buscar um realinhamento com seus princípios espirituais e uma reaproximação com Deus em Cristo Jesus.

Essa reconstrução pode envolver a reflexão sobre as experiências passadas, a avaliação de escolhas e comportamentos, e a busca de uma renovação interior. É um processo de autoconhecimento, crescimento espiritual e busca por um propósito mais profundo na vida.

A reaproximação de Deus nessa jornada muitas vezes ocorre através da oração, meditação, estudo das escrituras sagradas e participação em comunidades de fé. É um momento de busca por uma conexão íntima com o divino, uma reconstrução da relação com o sagrado e a incorporação dos ensinamentos e valores espirituais na vida diária do cristão.

Esse processo de reconstrução e reaproximação de Deus é individual e único para cada pessoa, podendo levar tempo e exigir esforço e dedicação. No entanto, ao embarcar nessa jornada, muitos encontram um sentido renovado de propósito, paz interior e uma profunda transformação espiritual, fortalecendo assim sua conexão com o único e soberano Deus  e revitalizando sua vida de fé cristã. (J o 3.16; I Co 6.20).

A Bíblia frequentemente revela exemplos de pessoas ou grupos que tentaram acrescentar algo à mensagem evangélica. Isso também foi evidente no contexto da Igreja Primitiva, especialmente em relação ao judaísmo. Um livro que ilustra bem essa questão é a Epístola aos Gálatas. Essa carta desempenha um papel fundamental no cristianismo, fornecendo parâmetros importantes na abordagem entre a Lei e a Graça. Ela nos alerta sobre os perigos do legalismo e ressalta a importância de compreendermos a centralidade da graça de Deus em nossa fé. E constitui-se um grande legado ao cristianismo, oferecendo parâmetros na abordagem Lei x Graça.

O legalismo agride a fé cristã —  A abordagem de Paulo em relação à necessidade de uma fé no Cristo libertador como suficiente para a salvação oferece ao cristianismo moderno oportunidades únicas de reflexão. No contexto daquela região provincial do Império Romano, surgiram problemas entre os cristãos devido à emergência de um grupo que defendia a necessidade da circuncisão, além da fé em Cristo, para que o indivíduo fosse verdadeiramente habilitado à salvação. Esses indivíduos, conhecidos como judaizantes, questionavam a autoridade apostólica de Paulo (Gl 15.20).

Esse conflito apresenta uma relevância significativa para a compreensão contemporânea do cristianismo. Ele nos convida a refletir sobre a importância da fé em Cristo como o único meio de alcançar a salvação, em oposição a práticas ou rituais adicionais. Paulo defendia enfaticamente a suficiência da fé em Cristo e criticava os judaizantes por colocarem requisitos adicionais para a salvação.

Portanto, a controvérsia enfrentada por Paulo e sua resposta aos judaizantes oferecem insights valiosos para os cristãos modernos, incentivando-nos a refletir sobre a centralidade da fé em Cristo e a reafirmar a autoridade apostólica de Paulo como um defensor da mensagem evangélica.

A insensatez dos gálatas — Paulo indaga aos Gálatas: “Sois vós tão insensatos? Tendo começado pelo Espírito, é pela carne que agora acabareis?” (Gl 3.3). Essa pergunta de Paulo retrata claramente o que estava acontecendo. Eles estavam priorizando os códigos reguladores da conduta, em detrimento da liberdade do Espírito. A resposta de Paulo para aqueles judaizantes foi a “justificado pela fé”.

Paulo apela para o Antigo Testamento — Paulo discorre de maneira eloquente sobre o sacrifi­cio de Jesus Cristo e a salvação pela fé. Usa expressões também encontradas em Habacuque 2.4: “O justo viverá da fé” (Gl 3.11). Por fim, Paulo faz afirmação categó­rica: “Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois, firmes e não vos dobreis novamente a um jugo de escravidão” (Gl 5.1).

Não será adotando um código moral ou uma ética legalista que o homem se realizará. O legalismo massacra o indivíduo, inibe a criatividade, fecha as portas da descoberta do novo, tornando a vida estática e ingrata, ao invés de dinâmica e graciosa.

A verdadeira liberdade está em Cristo — O homem secular está preso às coisas do mundo. Suas ideologias para nada mais servem senão para excluir Deus de sua vida. O homem sempre imagina que liberdade é seguir sua própria vontade e seus próprios desejos (Pv 14.12). Somente Cristo dá a real liberdade ao homem. Ele é quem dá o contexto mais amplo de significado e propósito para a nossa vida (Gl 5.1).🙏🌿

Liberdade sem Cristo é ilusão — A liberdade que o mundo oferece é ilusão. O ser humano que não chegou ao conhecimento da graça de Cristo é escravo de si mesmo e dos seus desejos impuros e destrutivos (Rm 6.1-3).

O cristão equilibrado não aceita o legalismo — Fugir do legalismo é abrir-se para o verdadeiro sentido da vida cristã: “Para a liberdade Cristo nos li­bertou; permanecei, pois, fir­mes e não vos dobreis novamen­te a um jugo de escravidão” (Gl 5.1). Render-se ao relativismo ético é fechar os olhos às orientações divinas, que são fruto do amor de Deus para a humanidade.

Na Bíblia temos o fiel padrão pelo qual devem ser aferidas a doutrina e a conduta dos homens. O compromisso do cristão deve ser com o Evangelho. O antídoto contra o legalismo e o relativismo ético será sempre o amor (1Co 13.1-8). Uma vida cristã disciplinada será sempre uma resposta de amor, pois o cristão tem uma preocupação constante por sua relação com Deus e seu próximo (Gl 6.1-3).

O compromisso do cristão — O cristão, no seu compromisso com a Palavra de Deus, não abre mão da obediência aos princípios bíblicos, resumidos no maior de todos os mandamentos: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo teu coração” é “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.36-39).

A relativização do sagrado — banalização das verdade eternas — (Rm 2.3-5). O fenômeno do relativismo, que resulta na banalização das verdades eternas, é abordado pelo apóstolo Paulo de forma contundente. Ele questiona aqueles que julgam aqueles que praticam tais ações, perguntando se acreditam que, ao fazê-las, escaparão do juízo de Deus. Paulo também chama a atenção para o fato de que menosprezar a riqueza da benignidade, paciência e longanimidade de Deus é ignorar que é a benignidade divina que nos leva ao arrependimento.

No entanto, segundo Paulo, aqueles que persistem em sua obstinação e coração impenitente estão acumulando ira para si mesmos no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus. Essas palavras do apóstolo ressaltam a importância de reconhecer e valorizar as verdades eternas, em vez de relativizá-las ou menosprezá-las.

O trecho citado nos convida à reflexão sobre o perigo de relativizar o sagrado, de tratar levianamente as verdades divinas e de negligenciar a graça e a misericórdia de Deus, que nos convidam ao arrependimento e ao realinhamento com o que é verdadeiro e eterno.

Assim, devemos tomar cuidado para não cair na armadilha do relativismo, mas sim buscar compreender e abraçar as verdades eternas reveladas nas Escrituras, reconhecendo a soberania de Deus e buscando uma vida que reflita Sua vontade e Seus princípios.

Agindo com sabedoria — Dentro da experiência da liberdade, o cristão agirá com sabedoria, pautando sua vida espiritual pelas marcas do fruto do Espírito e destituindo-se de qualquer forma de legalismo, que é fruto do erro. O cristão, com discernimento optará pelo caminho da liberdade que oferece as oportunidades de alcançar a vida abundante prometida por Jesus. (Jo 10.10 “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”)

Na conclusão de sua mensagem aos Gálatas, o apóstolo Paulo destaca a importância de vivermos em liberdade cristã, permitindo que ela se manifeste por meio do fruto do Espírito. Paulo ressalta que esse fruto inclui características essenciais, como amor, alegria, paz, paciência, bondade, bondade, fidelidade, mansidão e autodomínio. O apóstolo enfatiza que essas virtudes são tão profundas e elevadas que não estão sujeitas a qualquer lei restritiva.🙏🌿

Essa afirmação final do texto de Gálatas 5.22, 23 serve como uma poderosa conclusão para a mensagem do apóstolo. Ela nos lembra que, ao vivermos em liberdade em Cristo, somos chamados a demonstrar essas qualidades em nossas vidas diárias. O fruto do Espírito não apenas nos beneficia individualmente, mas também influencia nossos relacionamentos e comunidades.

Portanto, a conclusão de Paulo nos desafia a buscar diariamente a manifestação desse fruto, permitindo que a liberdade e a graça de Cristo sejam evidentes em tudo o que fazemos. Nesse caminho, descobrimos que não há limitações ou  relativismo que possam conter o poder transformador em nossas vidas.

Glossário

  • Aferir: conferir com os devidos padrões
  • Anarquia: Insubmissão e desordem.
  • Ímpar: Sem igual.

[1] que não tem governo, organização política ou religiosa

10. A Ética no Comportamento

“Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem tampouco para a igreja de Deus”. 1Co 10.32

Verdade aplicada

O que caracteriza o cristão é o fato de ser o seu comportamento o resultado de uma vida transformada pelo Espírito Santo.

Objetivos do estudo

  • Certificar-se de que o cristão é participante de uma nova natureza.
  • Alertar que como nova criatura o cristão deve refletir o caráter de Cristo.
  • Saber quer a verdadeira espiritualidade se revela através de uma vida comprometida com a Bíblia.

Leitura efetiva

  • 1Co 10.31-33  /   Cl 3.12-15

Leituras complementares

  • Segunda: Mt 5.13-16
  • Terça: Cl 3.5-15
  • Quarta: Ef 4.14-29
  • Quinta: Mt 5.33-37
  • Sexta: Rm 6.17-22
  • Sábado:  1Pe 3.8-13

A transformação do comportamento humano é uma das marcas mais evidentes da experiência cristã. Quando alguém aceita Jesus como seu Salvador, uma mudança profunda e radical ocorre em sua vida. Este processo de transformação é descrito nas Escrituras como o “novo nascimento”, onde a pessoa se torna uma nova criatura, com novos valores, atitudes e comportamentos. O apóstolo Paulo, em 2 Coríntios 3:2-3, compara o cristão a uma carta viva que é lida pela sociedade, destacando que nossas vidas devem refletir a mensagem de Cristo para o mundo.

Essa transformação é obra do Espírito Santo, que renova a mente e o coração dos crentes. Não é um mérito humano, mas um testemunho do poder da graça de Deus. Ao aceitar a Cristo, o indivíduo começa a manifestar os frutos do Espírito, como descrito em Gálatas 5:22-23: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Esses frutos evidenciam a nova vida em Cristo e são visíveis para todos ao redor.

Renovação dos Valores e Atitudes

A transformação inclui a renovação dos valores e atitudes. Onde antes havia egoísmo, agora há generosidade; onde havia raiva, agora há paciência; onde havia desespero, agora há esperança. A ética cristã começa a moldar todas as áreas da vida, influenciando decisões pessoais, relacionamentos e até mesmo o envolvimento comunitário. Esta mudança é contínua e progressiva, à medida que o cristão cresce em sua fé e compreensão da Palavra de Deus.

A transformação do comportamento humano é um tema profundamente relevante e complexo, especialmente quando consideramos o contexto da fé cristã. Vamos explorar mais detalhadamente os aspectos dessa transformação:

  1. Aceitação de Jesus e Novo Nascimento:
    • Quando alguém aceita Jesus como Salvador, ocorre uma mudança radical. O “novo nascimento” mencionado na Bíblia (João 3:3) simboliza essa transformação espiritual.
    • A pessoa se torna uma “nova criatura”, não apenas superficialmente, mas em sua essência. Isso afeta não apenas o comportamento, mas também a identidade e a perspectiva de vida.
  2. Metáfora da Carta Lida pela Sociedade:
    • O apóstolo Paulo, em 2 Coríntios 3:2-3, compara os cristãos a uma “carta” que é lida por todos. Essa metáfora sugere que nossa vida é uma mensagem visível para o mundo.
    • Assim como uma carta comunica informações importantes, nossa conduta e caráter revelam a mensagem de Cristo aos outros.
  3. Renovação pelo Espírito Santo:
    • A transformação não é meramente externa. Os valores, atitudes e motivações são renovados pelo poder do Espírito Santo.
    • O Espírito nos capacita a viver de acordo com os princípios do Evangelho, refletindo a natureza de Cristo em nossas ações diárias.
  4. Testemunho Vivo da Graça de Deus:
    • A transformação do comportamento humano é um testemunho poderoso da graça divina. Ela demonstra que Deus pode mudar corações e direcionar vidas.
    • Esse testemunho influencia positivamente a sociedade, mostrando que a fé não é apenas teoria, mas uma realidade transformadora.
  5. Chamado à Coerência e Amor:
    • Como cristãos, somos chamados a viver de acordo com essa nova identidade. Isso envolve coerência entre nossa fé e nossas ações.
    • Devemos ser exemplos visíveis do amor, da verdade e da esperança encontrados em Cristo, impactando o mundo ao nosso redor.

Em resumo, a transformação do comportamento humano é um processo profundo e contínuo, impulsionado pelo Espírito Santo e evidenciado por uma vida que reflete a mensagem transformadora do Evangelho. 🙏🌿

Testemunho Vivo

Os cristãos são chamados a ser testemunhos vivos do amor e da verdade de Cristo. Esta responsabilidade implica viver de maneira que honre a Deus e que seja coerente com os ensinamentos de Jesus. Em Romanos 12:2, Paulo exorta os crentes a não se conformarem com este mundo, mas a serem transformados pela renovação da mente, para que possam experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Impacto na Sociedade

A transformação do comportamento humano não apenas beneficia o indivíduo, mas também tem um impacto significativo na sociedade. Crentes transformados se tornam agentes de mudança em suas comunidades, promovendo justiça, paz e reconciliação. Eles servem como exemplos de integridade e amor incondicional, desafiando os padrões culturais que se opõem aos princípios bíblicos.

O Papel do Espírito Santo

Essa transformação é facilitada pelo Espírito Santo, que habita no coração do crente e o capacita a viver de acordo com a vontade de Deus. O Espírito Santo não apenas consola e guia, mas também fortalece e purifica. Em João 16:13, Jesus prometeu que o Espírito da verdade nos guiaria a toda a verdade, revelando-nos os ensinamentos de Cristo e aplicando-os às nossas vidas diárias.

Conclusão

Portanto, a transformação do comportamento humano é um dos resultados mais evidentes da fé em Jesus. Ao nos rendermos ao Espírito de Deus, permitimos que Ele nos molde e capacite a agir de acordo com Sua vontade, impactando o mundo com a mensagem transformadora do Evangelho. Nossas vidas se tornam cartas vivas, testemunhos visíveis do poder da graça de Deus para transformar vidas e influenciar positivamente a sociedade. Essa transformação é um processo contínuo de crescimento e renovação, evidenciando o compromisso de viver de acordo com a nova identidade em Cristo.

O comportamento humano é resultado de uma complexa interação de fatores que influenciam a maneira como uma pessoa age ou reage em diversas situações. Esses fatores podem ser de natureza interna, originados no próprio indivíduo, como também de natureza externa, provenientes de estímulos ambientais. Independentemente da origem dos estímulos, o ser humano possui a capacidade de reagir de maneira única a cada situação, e é através dessas respostas comportamentais que ele se torna conhecido em seu meio ambiente. Como Provérbios 12:8 afirma, “O homem será louvado segundo o seu entendimento, mas o perverso de coração estará em desprezo.”

O Homem é Dotado de Livre-Arbítrio

O livre-arbítrio é a capacidade intrínseca do ser humano de fazer escolhas livres. Esta liberdade de escolha permite ao indivíduo optar por obedecer ou desobedecer a Deus através de suas palavras, atos e ações. No entanto, é crucial reconhecer que com a liberdade vem a responsabilidade. Em Deuteronômio 30:19, Deus coloca diante do homem a escolha entre a vida e a morte, a bênção e a maldição, enfatizando que o uso sábio da liberdade leva à felicidade. Em Gálatas 5:13, Paulo nos lembra que fomos chamados para a liberdade, mas devemos usá-la para servir uns aos outros em amor. A capacidade de escolher, portanto, não é apenas um privilégio, mas um dever que implica consequências morais e espirituais.

A Ética do Cristão Frente ao Mundo

O verdadeiro cristão busca aplicar a ética cristã em sua vida diária de forma a agradar a Deus. Esta busca implica ser um imitador de Cristo, reconhecendo que o mundo e a igreja são dois grupos distintos. Jesus nos ensina que o mundo está sob o domínio de Satanás (João 12:31), enquanto a igreja pertence exclusivamente a Deus (Efésios 5:23-24; Apocalipse 21:2). Amar o mundo significa adotar seus valores, interesses e prazeres, o que inevitavelmente leva à satisfação naquilo que ofende a Deus. Portanto, o cristão deve viver de maneira que reflita a santidade e a justiça de Deus, rejeitando os padrões mundanos e aderindo aos princípios divinos.

Andar em Integridade

A integridade é uma característica fundamental do comportamento cristão. Jesus disse em Mateus 12:33: “Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.” Isso significa que o cristão deve ser íntegro em suas ações (Romanos 6:22) e em suas palavras (Colossenses 4:6; Mateus 5:37). A integridade se manifesta através de uma conduta sábia e uma comunicação agradável e temperada. A conversa do crente deve ser cativante, amável e graciosa, sempre originada na graça de Deus e marcada pela pureza (Efésios 4:29). Atitudes e linguagem indecentes podem se tornar hábitos arraigados que, em momentos de pressão, revelam a verdadeira natureza do indivíduo (Marcos 14:71).🙏

O comportamento humano, visto à luz das Escrituras, revela a importância de viver uma vida que agrada a Deus, refletindo a ética cristã em todas as áreas. A escolha deliberada de seguir os princípios divinos, mesmo em um mundo que valoriza o contrário, destaca o compromisso do cristão com a santidade e a integridade. Assim, o comportamento do crente não é apenas uma resposta aos estímulos internos e externos, mas uma manifestação da sua fé e dedicação a Deus.

O amor deve ser o alicerce de toda a conduta do cristão, pois é um sentimento sublime e envolvente que produz bem-estar e felicidade tanto para quem oferece quanto para quem recebe. Em 1 Coríntios 10:14, Paulo nos exorta a fugir da idolatria, que é uma forma de desviar do verdadeiro amor a Deus e ao próximo. A lei do amor foi estabelecida pelo próprio Deus para o bem da humanidade, conforme Levítico 19:18, e Deus é a personificação do amor.

Amor a Deus

Amar a Deus com todo o nosso ser é a base fundamental para uma vida equilibrada, feliz e próspera. Este amor deve influenciar todas as nossas ações e decisões. Jesus enfatiza essa verdade em Mateus 22:37, onde nos ensina a amar a Deus com todo o coração, alma e mente. O Salmo 1 também destaca a bem-aventurança daquele que medita na lei do Senhor e encontra prazer nela. Este amor a Deus é o que motiva uma vida de retidão, integridade e devoção.

Amor ao Próximo

A Bíblia é rica em referências sobre a importância de amar o próximo, como em Mateus 22:39 e Marcos 12:31. Esse amor deve ser mais do que palavras; deve ser praticado e exercido em ações concretas. O amor ao próximo pode se manifestar de diversas formas, incluindo ajuda material e espiritual. Jesus nos deu o exemplo supremo de amor sacrificial ao próximo, e nós, como Seus seguidores, somos chamados a imitar esse amor em nosso dia a dia.

Amor a Si Próprio

Jesus ensinou que devemos amar o próximo como a nós mesmos (Marcos 12:31). Este mandamento implica que um amor saudável e equilibrado por si mesmo é necessário para amar verdadeiramente os outros. Provérbios 11:17 nos lembra que aquele que faz o bem a si mesmo também faz o bem ao seu próximo. No entanto, este amor próprio deve ser livre de extremismos, adoração do próprio eu e vanglória. Filipenses 2:3-4 nos exorta a agir com humildade, considerando os outros superiores a nós mesmos e buscando não apenas os nossos interesses, mas também os interesses dos outros.

O orgulho, por natureza, é competitivo e tenta elevar uma pessoa acima das outras, promovendo conflitos em vez de harmonia. O amor, em contraste, promove a paz, a unidade e a edificação mútua. Quando amamos a Deus, ao próximo e a nós mesmos de maneira equilibrada, vivemos uma vida que reflete o caráter de Cristo e promove a verdadeira felicidade e prosperidade.

O amor é, portanto, a fonte condutora que deve guiar todas as nossas ações e decisões. É a força que nos move a viver de acordo com os mandamentos de Deus e a buscar o bem-estar dos outros. Ao fazer do amor o fundamento de nossa conduta, seguimos o exemplo de Jesus e cumprimos a lei de Cristo, vivendo uma vida que glorifica a Deus e abençoa aqueles ao nosso redor.

A natureza ética e moral do homem é um tema de suma importância, pois revela como os valores e virtudes intrínsecos ao ser humano podem ser direcionados para uma vida de bem-estar e retidão. Desde tempos imemoriais, o homem possui a capacidade de discernir entre o bem e o mal, e de desenvolver hábitos que moldam seu caráter e comportamento. O hábito, definido como uma disposição adquirida pela experiência, é uma aptidão que se aperfeiçoa e se torna mais automática com a prática constante.

Maus Hábitos Contra a Ética e a Moral

Os maus hábitos devem ser evitados, pois exercem uma influência significativa na formação do caráter. Colossenses 3:8-10 nos exorta a abandonar práticas prejudiciais como a ira, a malícia e a linguagem indecente. Tais hábitos, uma vez aprendidos, precisam ser conscientemente combatidos e substituídos por comportamentos virtuosos. A transformação do caráter é um processo contínuo que requer vigilância e dedicação para garantir que os maus hábitos não predominem. Esse esforço é crucial para manter uma ética pessoal que reflita os ensinamentos cristãos.

Bons Hábitos na Ética e na Moral

Desenvolver e cultivar bons hábitos é essencial para uma vida transformada pelo poder do Evangelho de Jesus. Efésios 5:1-21 enfatiza a importância de imitar a Deus e viver em amor, afastando-se das trevas e abraçando a luz. Virtudes como a honestidade, a bondade e a justiça devem ser promovidas para enriquecer o indivíduo moralmente e eticamente. O amor, sendo a maior das virtudes, é o alicerce que sustenta todas as outras qualidades morais. A prática de bons hábitos contribui para que a pessoa se torne de “boa fama”, promovendo ações que edificam e abençoam a comunidade ao seu redor. Tiago 4:7-12 nos ensina a resistir ao mal e a submeter-nos a Deus, falando com bondade e humildade, ajudando em vez de prejudicar.

A Temperança Auxiliando a Ética e a Moral

A temperança, ou autocontrole, é fundamental para a ética e a moral cristã. 1 Timóteo 3:2, 11 e Tito 2:2 destacam a necessidade de líderes e crentes serem moderados e sóbrios. O equilíbrio entre corpo e espírito é evidenciado na vida daqueles que seguem os ensinamentos de Jesus com sobriedade e moderação. Romanos 12:3 nos aconselha a não pensarmos de nós mesmos além do que convém, mas a termos uma opinião equilibrada. A temperança envolve o controle dos impulsos, dos apetites e das ações, promovendo uma vida disciplinada e alinhada com os princípios divinos.

A ética e a moral do cristão são evidenciadas na prática constante de bons hábitos e na rejeição dos maus. O desenvolvimento de virtudes como o amor, a temperança e a honestidade é crucial para refletir o caráter de Cristo. A transformação do caráter é um processo dinâmico que exige dedicação e comprometimento com os ensinamentos bíblicos. Ao viver de acordo com esses princípios, o cristão não apenas enriquece sua própria vida, mas também influencia positivamente a sociedade, tornando-se um exemplo de integridade e virtude.

A ética, fundamentada nos princípios cristãos, é essencial para a formação de um caráter honrado e íntegro. O comportamento ético do indivíduo é vital não apenas para o respeito e admiração das pessoas ao seu redor, mas também para a construção de uma sociedade justa e confiável. Viver de maneira ética é um chamado para todos os cristãos, que são orientados pela Bíblia a agir com justiça, prudência e perseverança.

Justiça

A justiça é um dos pilares da ética cristã, consistindo em oferecer a cada um aquilo que lhe é devido. A Bíblia destaca a importância de agir com justiça, afirmando que “os tesouros da impiedade de nada aproveitam; mas a justiça livra da morte” (Provérbios 10:2). Este princípio implica tratar todos com equidade, independentemente da grandeza ou insignificância das questões envolvidas. A justiça não é apenas um conceito legal, mas uma virtude moral que reflete o caráter de Deus e deve ser praticada em todas as esferas da vida (Salmos 82:3-4; 1 Timóteo 6:11).

Prudência

A prudência é a capacidade de agir com cautela e moderação, evitando o erro e o dano tanto para si mesmo quanto para os outros. Esta virtude é essencial para navegar os desafios da vida com sabedoria. O livro de Provérbios exalta a prudência como uma característica dos sábios, afirmando que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é entendimento” (Provérbios 9:10). Jesus também ensina sobre a importância da prudência, comparando-a ao homem sábio que construiu sua casa sobre a rocha (Mateus 7:24). A prudência nos guia a tomar decisões que refletem a vontade de Deus e promovem o bem-estar coletivo (Efésios 5:15).

Perseverança

A perseverança é a qualidade de manter-se firme e constante na busca de objetivos, apesar das dificuldades. É uma virtude que exige coragem e determinação. O apóstolo Paulo encoraja os cristãos a serem “firmes e constantes” (1 Coríntios 15:58), ressaltando a importância de permanecer fiel, mesmo diante das adversidades. A perseverança é recompensada com a grandeza de caráter e a promessa de vida eterna (Marcos 13:13). É através da perseverança que os cristãos demonstram sua fé e confiança em Deus, avançando em direção aos propósitos divinos com determinação e firmeza.

A Ética Cristã e o Comportamento

A ética cristã molda o comportamento humano, transformando valores e atitudes para refletirem o caráter de Cristo. A justiça, prudência e perseverança são virtudes que não apenas enobrecem o indivíduo, mas também influenciam positivamente a comunidade ao seu redor. A Bíblia ensina que somos chamados a viver de maneira que glorifique a Deus, sendo exemplos vivos de Sua graça e verdade.

Influência na Sociedade

Quando os cristãos aplicam esses princípios éticos em suas vidas diárias, eles se tornam agentes de transformação na sociedade. A prática da justiça promove a equidade e a harmonia social. A prudência contribui para a tomada de decisões sábias e benéficas. A perseverança inspira coragem e resiliência em face das dificuldades. Assim, a ética cristã não é apenas uma norma pessoal, mas um chamado para impactar positivamente o mundo ao nosso redor.

O resultado da ética no comportamento humano é uma vida que honra a Deus e beneficia a sociedade. Ao seguir os princípios de justiça, prudência e perseverança, os cristãos não apenas moldam seu caráter, mas também servem como testemunhas do poder transformador do Evangelho. Vivendo eticamente, refletimos o amor e a verdade de Cristo, promovendo uma sociedade mais justa, sábia e resiliente.

A Bíblia é o único livro fiel e incorruptível que tem por autor o próprio Deus, inspirando homens a escrever de sua maneira cotidiana os preceitos do Senhor. Ela é um instrumento útil para ensinar o homem a comportar-se de maneira correta em relação a Deus, ao seu próximo e até com relação a si mesmo. A pessoa que aplica os ensinamentos da Palavra de Deus à sua vida pessoal e profissional, certamente terá um comportamento exemplar refletindo a ética cristã e a moral. Esse equilíbrio da ética e a moral é o que conduz a vida a uma existência mais feliz. (SI 34.12-14).

Glossário

  • Íntegro: Reto, imparcial.
  • Moderação: Sem excesso, prudência.
  • Referencial: Relação que existe entre certas coisas.

11. A Ética e a Responsabilidade Social do Cristão

“Porque o serviço desta assistência não só supre as necessidades dos santos, mas também redunda em muitas graças a Deus”. 2Co 9.12

Verdade aplicada

É dever ético do cristão empreender esforço para ajudar os necessitados.

Objetivos do estudo

  • Refletir sobre a função social da Igreja.
  • Imprimir valores cristãos nas causas sociais.
  • Estabelecer alvos para alcançar os objetivos sociais cristãos.

Leitura efetiva

  • 2Co 8.11-15

Leituras complementares

  • Segunda: 2Co 8.11-15
  • Terça: Dt 10.18 / Jó 22.9
  • Quarta: Sl 82.3
  • Quinta: At 4.34-35
  • Sexta: Rm 15.26
  • Sábado: 1Jo 3.17

A Igreja como Corpo de Cristo: Uma Análise Profunda da Ética e da Responsabilidade Social Cristã

O texto apresentado nos convida a uma reflexão profunda sobre a identidade e o papel da Igreja no mundo, tendo como ponto de partida a metáfora do corpo de Cristo. Ao afirmar que a Igreja é o corpo de Cristo (Ef 2:22-23), o apóstolo Paulo nos coloca diante de uma verdade fundamental: tudo o que caracteriza Jesus, incluindo sua ética e seu compromisso com o bem-estar do próximo, deve se manifestar na vida da comunidade cristã.

A ênfase na generosidade como uma marca distintiva do cristão é particularmente relevante. A generosidade, fruto da graça divina, não se limita à esfera material, mas permeia todas as dimensões da vida. Ao compartilhar nossos recursos, nosso tempo e nossos talentos, demonstramos o amor de Deus e refletimos a imagem de Cristo, que se entregou por nós.

A Igreja como canal de Deus: A Igreja, portanto, não é apenas uma instituição religiosa, mas um instrumento divino para abençoar o mundo. Ao seguir o exemplo de Jesus, os cristãos são chamados a ser agentes de transformação social, promovendo a justiça, a paz e o bem-estar de todos. Essa responsabilidade social é inerente à fé cristã e encontra seu fundamento na própria natureza de Deus, que se revela como um Deus amoroso e compassivo.

Implicações para a vida cristã:

  • Ação social: A fé cristã não é uma experiência individualista, mas uma experiência comunitária que se manifesta em ações concretas em favor do próximo.
  • Compromisso com os mais vulneráveis: Os cristãos são chamados a dar atenção especial aos mais necessitados, como os pobres, os enfermos, os órfãos e as viúvas.
  • Defesa da justiça: A busca por justiça social é uma expressão autêntica da fé cristã, pois reflete o desejo de Deus de que todos os seres humanos vivam em dignidade.
  • Cuidado com a criação: A responsabilidade social cristã também inclui o cuidado com a criação de Deus, reconhecendo a interconexão entre todas as coisas.

Desafios e oportunidades:

Em um mundo marcado por desigualdades, conflitos e crises, a Igreja enfrenta o desafio de viver de forma coerente com sua identidade como corpo de Cristo. No entanto, essa mesma realidade apresenta inúmeras oportunidades para testemunhar o amor de Deus e fazer a diferença na vida das pessoas.

Portanto, a ética e a responsabilidade social são dimensões essenciais da fé cristã. Ao vivermos de acordo com os ensinamentos de Jesus, podemos transformar o mundo ao nosso redor e construir um futuro mais justo e humano para todos. A Igreja, como corpo de Cristo, tem um papel fundamental nesse processo, sendo um canal de esperança e transformação.

Possíveis desdobramentos para uma análise mais aprofundada:

  • A relação entre a ética cristã e a ética secular: Quais são os pontos de convergência e divergência?
  • A importância da teologia social para a compreensão da responsabilidade social cristã: Como a teologia pode nos ajudar a pensar criticamente sobre os desafios sociais do nosso tempo?
  • O papel das igrejas na promoção da justiça social: Quais são os desafios e as oportunidades para as igrejas nesse contexto?
  • A relação entre fé e ação social: Como a fé cristã motiva e inspira o engajamento social?

Temos nestes textos uma base sólida para uma reflexão mais aprofundada sobre a ética e a responsabilidade social do cristão. Ao explorar esses temas, podemos fortalecer nossa fé e contribuir para a construção de um mundo mais justo e humano.

De forma clara e concisa a amplitude da responsabilidade social do cristão, ancorada em sólidos fundamentos bíblicos. Ao explorar os mandamentos do amor ao próximo, a justiça e a compaixão, o autor nos convida a uma reflexão profunda sobre o papel do cristão na sociedade.

A Responsabilidade Social como Mandato Divino:

A afirmação de que o homem é responsável por seu próximo (Lv 19.18) estabelece um princípio fundamental para a ética cristã. Essa responsabilidade não se limita à esfera espiritual, mas se estende a todas as dimensões da vida humana. A interconexão entre a responsabilidade espiritual e social é evidente no Novo Testamento, onde Paulo exorta os crentes a “levar as cargas uns dos outros” (Gl 6.2), demonstrando que o cuidado pelo bem-estar do próximo é uma expressão genuína do amor cristão.

A Abrangência da Responsabilidade:

A responsabilidade social cristã transcende a mera proteção da vida. Ela inclui um compromisso ativo em promover o bem-estar de todos, independentemente de suas diferenças. A parábola do Bom Samaritano (Lc 10.25-37) ilustra de forma poderosa o chamado do cristão a ir além de suas obrigações mínimas, demonstrando compaixão e misericordia para com aqueles que estão em necessidade.

A Totalidade da Pessoa:

O amor cristão não se limita a gestos isolados de bondade, mas exige um compromisso integral com o bem-estar do próximo. A pessoa humana, em sua complexidade, possui dimensões físicas, sociais, emocionais e espirituais que devem ser consideradas em sua totalidade. Ao amar o próximo, o cristão busca promover o florescimento de todas essas dimensões. Aprendemos, desde o princípio com Caim e Abel (Gn 4.9), a questão da responsabilidade. A resposta de Caim é um sinal claro que Deus o responsabilizara por seu irmão Abel. Na Lei, o Senhor responsabilizou-nos pelo cuidados uns dos outros (Lv 19.32-34). A responsabilidade dos homens pelos outros, mediante um governo, é vista no decurso do restante da Bíblia (Dn 4.17; Rm 13,1-7; 1Co 13.3).

A responsabilidade não é meramente proteger vidas inocentes, mas, também inclui fazer o bem em prol dos outros (3Jo 2). O ensino do Antigo Testamento toma o homem responsável por amar seu próximo como a si mesmo. Jesus disse que o amor é a essência da lei moral (Mt 22.39). Por isso, devemos atentar para a regra áurea da Bíblia (Mt 7.12). O que os cristãos às vezes não percebem, é o fato de que a responsabilidade de amar às outras pessoas se estende à totalidade da pessoa (1Jo 3.17,18). ou seja, o homem é fundamental para o bem-estar deste mundo (Ef 5.28,29). E, como residente desta limitação do tempo e do espaço, o homem tem necessida­des físicas e sociais que não podem ser isoladas das necessidades espirituais (Mt 14.14,16).

Implicações para a Vida Cristã:

A compreensão da abrangência da responsabilidade social cristã tem profundas implicações para a vida da igreja e do indivíduo crente:

  • Ação social: A fé cristã não é uma experiência individualista, mas um chamado à ação. Os cristãos são chamados a engajar-se em iniciativas que promovam a justiça social, a erradicação da pobreza e a proteção do meio ambiente.
  • Diaconia: O serviço aos mais necessitados é um aspecto essencial da vida cristã. A diaconia, ou serviço ao próximo, expressa o amor de Deus e transforma o mundo.
  • Advocacia: Os cristãos são chamados a ser vozes dos que não têm voz, defendendo os direitos dos marginalizados e oprimidos.
  • Testemunho: A responsabilidade social é um poderoso testemunho do amor de Deus. Ao servir aos outros, os cristãos demonstram a autenticidade de sua fé.

Desafios e Perspectivas:

Embora a responsabilidade social seja um componente fundamental da fé cristã, a igreja contemporânea enfrenta diversos desafios em sua busca por viver de acordo com esses princípios. A globalização, a secularização e as desigualdades sociais exigem uma resposta criativa e engajada por parte dos cristãos.

No entanto, a história da igreja está repleta de exemplos de cristãos que, movidos pelo amor de Deus, transformaram suas comunidades e o mundo. A esperança reside na convicção de que o Espírito Santo continua a capacitar os crentes a viverem uma vida que reflete a justiça e a misericórdia de Deus.

A responsabilidade social do cristão é um chamado bíblico que exige um compromisso integral com o bem-estar do próximo. Ao amarmos ao nosso próximo, estamos expressando o amor de Deus e construindo um mundo mais justo e humano.

Desdobramentos para uma análise mais aprofundada:

  • A relação entre a teologia da criação e a responsabilidade social.
  • A importância da justiça social na ética cristã.
  • O papel da igreja na promoção da paz e da reconciliação.
  • A interseccionalidade da fé e da justiça social em contextos específicos.

Uma maneira de demonstrar que os cristãos realmente têm uma responsabilidade social, é mediante uma discussão das exortações específicas das Escrituras quanto a isto (Jó 29.16). Há muitas áreas de necessidades para as quais o cristão é responsabilizado com amor (At 20.35). A primeira área, e a mais básica, é a responsabilidade pelos seus (1Tm 5.4).

Prover para si mesmo — Existe um sentido em que o amor próprio é fundamental para a responsabilidade social. Paulo expressou isso ao dizer: ”Porque ninguém jamais odiou a sua própria carne, antes a alimenta e dela cuida…” (Efésios 5.29). No entanto, é importante destacar que nem todos têm uma compreensão adequada do amor próprio. Devemos cuidar de nós mesmos, pois somos templos de Deus (1 Co 3.17). O ensinamento de Paulo ressalta a importância de nutrir e cuidar de nós mesmos. Ao amarmos a nós mesmos de forma saudável e equilibrada, estamos melhor preparados para amar e servir aos outros. Esse amor próprio não é egoísta nem egocêntrico, mas uma valorização adequada da nossa própria vida, bem-estar e dignidade como criaturas de Deus. Ao cuidarmos de nós mesmos como templos de Deus, reconhecemos a importância de nosso bem-estar físico, emocional e espiritual. Isso nos capacita a viver de forma mais responsável e generosa em relação aos outros, pois somente quando estamos em equilíbrio podemos contribuir de maneira significativa para a comunidade e para a sociedade como um todo. Portanto, o amor próprio bem orientado é a base para uma responsabilidade social significativa. Ao valorizarmos e cuidarmos de nós mesmos como templos de Deus.Parte superior do formulário

Provendo para sua família — Naturalmente, nem toda pessoa está capacitada a prover para si mesma. Há crianças, dependentes, viúvas, órfãos, e outras pessoas necessitadas. Se alguma destas pessoas estiver na família de alguém, ou entre seus parentes, neste caso é sua responsabilidade social prover por elas. Quanto a este aspecto, a Bíblia é muito clara: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos de sua própria casa, tem negado a fé, e é pior do que o descrente” (1Tm 5.8).

Provendo para seus irmãos em Cristo — Além da sua própria família, há as necessidades de outros crentes, que devem preocupar o cristão. Paulo conclamou os gálatas: “Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (Gl 6.10). O próprio Paulo estava ativo em levantar uma oferta para os santos pobres em Jerusalém (Rm 15.26). João, semelhantemente, ressaltou a providência para as necessidades dos irmãos (1o 3.17).

A exortação bíblica: “Fazei o bem a todos os homens”, é repetida de vários modos em toda a Bíblia. Biblicamente, os ricos, devem ser generosos e praticar a ética social; “que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e pron­tos a repartir … ” (1Tm 6.18). Na realidade, o amor cristão leva as pessoas a dar “na medida de suas posses” e pode até mesmo mover alguns a dar acima delas, e ser mostrar voluntários (2Co 8.3). Mas todo cristão deve experimentar esta responsabilidade (2Co 16.2).

Ao explorar as diversas passagens bíblicas que abordam o tema, o autor nos revela um panorama rico e abrangente da ética cristã, que transcende as questões puramente espirituais e se estende à esfera social.

A Responsabilidade Social como Mandato Divino:

A exortação bíblica para “fazer o bem a todos os homens” (Gl 6.10) é um imperativo moral que permeia todo o ensino de Jesus. Essa responsabilidade não é opcional, mas um reflexo do amor de Deus por toda a humanidade. A generosidade, a compaixão e o serviço ao próximo são virtudes cristãs fundamentais que encontram sua expressão mais plena no amor ao próximo.

A Responsabilidade para com os Necessitados:

A Bíblia dedica especial atenção aos mais vulneráveis da sociedade, como os pobres, os órfãos e as viúvas. Jesus, ao afirmar que os pobres sempre estarão entre nós, nos convida a uma constante vigilância e cuidado para com aqueles que sofrem necessidade. A parábola do Bom Samaritano (Lc 10.25-37) ilustra de forma poderosa o chamado do cristão a ir além de suas obrigações mínimas, demonstrando compaixão e misericórdia para com todos os que cruzam seu caminho.

A Responsabilidade pela Paz e pela Moralidade:

A responsabilidade social do cristão não se limita ao cuidado dos necessitados, mas se estende à promoção da paz e da justiça na sociedade. A oração intercessória por todos os homens, especialmente pelos governantes, é um chamado à participação ativa na vida pública. Ao buscar a paz e a justiça, os cristãos contribuem para a construção de um mundo mais justo e humano.

Implicações para a Vida Cristã:

A compreensão da responsabilidade social cristã tem profundas implicações para a vida da igreja e do indivíduo crente:

  • Ação social: A fé cristã não é uma experiência individualista, mas um chamado à ação. Os cristãos são chamados a engajar-se em iniciativas que promovam a justiça social, a erradicação da pobreza e a proteção do meio ambiente.
  • Diaconia: O serviço aos mais necessitados é um aspecto essencial da vida cristã. A diaconia, ou serviço ao próximo, expressa o amor de Deus e transforma o mundo.
  • Advocacia: Os cristãos são chamados a ser vozes dos que não têm voz, defendendo os direitos dos marginalizados e oprimidos.
  • Testemunho: A responsabilidade social é um poderoso testemunho do amor de Deus. Ao servir aos outros, os cristãos demonstram a autenticidade de sua fé.

Embora a responsabilidade social seja um componente fundamental da fé cristã, a igreja contemporânea enfrenta diversos desafios em sua busca por viver de acordo com esses princípios. A globalização, a secularização e as desigualdades sociais exigem uma resposta criativa e engajada por parte dos cristãos.

No entanto, a história da igreja está repleta de exemplos de cristãos que, movidos pelo amor de Deus, transformaram suas comunidades e o mundo. A esperança reside na convicção de que o Espírito Santo continua a capacitar os crentes a viverem uma vida que reflete a justiça e a misericórdia de Deus.

A responsabilidade social do cristão é um chamado universal e abrangente, que exige um compromisso integral com o bem-estar de todos os seres humanos. Ao amarmos ao nosso próximo, estamos expressando o amor de Deus e construindo um mundo mais justo e humano.

Ao explorar as diversas passagens bíblicas que abordam o tema, nos é revelado um panorama rico e abrangente da ética cristã, que transcende as questões puramente espirituais e se estende à esfera social.

O cristão não deve fazer o bem social somente para ganhar uma recompensa espiritual. O bem social deve ser feito por amor e entrega (Pv 3.27,28). A Bíblia nos apresenta razões bastante reveladoras para a responsabilidade social do cristão (Pv 11.25), que foi transformado pela graça maravilhosa do Senhor (Sl 113.5-8).

A Responsabilidade Social como Expressão do Amor:

A motivação primária para a prática da responsabilidade social não é a busca por recompensas, mas o amor ao próximo. A Bíblia nos ensina que o amor ao próximo é um reflexo do amor de Deus por nós (João 13:34). Ao servir aos outros, os cristãos demonstram a autenticidade de sua fé e participam da obra redentora de Cristo.

Testemunho e Evangelização:

A prática da responsabilidade social é um poderoso testemunho do amor de Deus. Ao fazer o bem, os cristãos atraem as pessoas para o Evangelho e demonstram que a fé cristã transforma vidas. O apóstolo Paulo, em suas cartas, enfatiza a importância de uma conduta irrepreensível como meio de glorificar a Deus e ganhar almas para Cristo.

O Bem Social como Investimento no Reino de Deus:

Ao servir aos necessitados, os cristãos estão, na verdade, servindo a Cristo. A parábola do juízo final (Mt 25:31-46) nos ensina que tudo o que fazemos pelos mais pobres é feito a Jesus. Essa perspectiva transforma o serviço ao próximo em um investimento no reino de Deus.

A Responsabilidade Social e a Construção da Comunidade:

A prática da responsabilidade social contribui para a construção de comunidades mais justas e equitativas. Ao amar ao próximo, os cristãos promovem a reconciliação, a solidariedade e a unidade. A Bíblia nos ensina que a igreja é o corpo de Cristo, e como tal, deve refletir o amor e a unidade que caracterizam a comunidade divina.

Desafios e Perspectivas:

“Porque assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos” (1Pe 2.13, 15). Recusar-se a fazer o bem em nome de Cristo é trazer desprezo sobre Cristo por omissão (Tg 4.17).

Embora a responsabilidade social seja um componente fundamental da fé cristã, a igreja contemporânea enfrenta diversos desafios em sua busca por viver de acordo com esses princípios. A globalização, a secularização e as desigualdades sociais exigem uma resposta criativa e engajada por parte dos cristãos.

No entanto, a história da igreja está repleta de exemplos de cristãos que, movidos pelo amor de Deus, transformaram suas comunidades e o mundo. A esperança reside na convicção de que o Espírito Santo continua a capacitar os crentes a viverem uma vida que reflete a justiça e a misericórdia de Deus.

A responsabilidade social cristã é um chamado universal e abrangente, que exige um compromisso integral com o bem-estar de todos os seres humanos. Ao amarmos ao nosso próximo, estamos expressando o amor de Deus, construindo o reino de Deus e transformando o mundo.

Questões para reflexão:

  • Como a igreja pode integrar a responsabilidade social em seus programas e atividades?
  • Quais são os desafios e as oportunidades para os cristãos em relação à responsabilidade social no mundo contemporâneo?
  • Como a tecnologia pode ser utilizada para ampliar o alcance da responsabilidade social cristã?
  • Qual o papel das lideranças cristãs na promoção da responsabilidade social?

Ao refletir sobre essas questões, podemos aprofundar nossa compreensão da responsabilidade social cristã e nos inspirar a viver uma vida mais significativa e engajada.

Glossário

  • Ajuda Material: É su­primento de carências finan­ceiras ou alimentares.
  • Exortação: Advertência.
  • Induzir: Levar, mover e arrastar

12. A Ética Cristã e o Trabalho

“Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”.  Jo 5.17

Verdade aplicada

O trabalho para o cristão deve ser uma forma ética de também glorificar o nome Senhor.

Objetivos do estudo

  • Revelar o princípio bíblico do trabalho.
  • Estabelecer as normas bíblicas para o trabalho.
  • Difundir a importância da ética cristã no trabalho.

Leitura efetiva

  • Tg 4.13-17

Leituras complementares

  • Segunda: Hb 6.10
  • Terça: Gn 46.33
  • Quarta: 1Sm 10.19
  • Quinta: Sl 128.2
  • Sexta: Ec 3.13
  • Sábado: 1Co 15.58

Nossa relação ética com o nosso trabalho é imprescindível, tendo em vista que o nosso comportamento como cristãos é fundamental para brilhar nesse mundo. Cristo está interessado em tudo que acontece conosco, inclusive com o nosso sustento. Como a finalidade de Deus para o homem é a realização perfeita deste e conhecendo a sua própria criatura, o Senhor providenciou também o trabalho como forma de alcançar o seu desejo e subsistência.

O trabalho é um princípio bíblico estabelecido desde os primórdios, quando o Senhor criou o jardim do Éden e confiou ao homem a responsabilidade de cuidar da natureza (Gn 1.28-30). Nessa época, o alimento já estava disponível de forma abundante, e o homem não precisava realizar esforços intensos para se sustentar. A terra cooperava harmoniosamente com ele, proporcionando seu sustento de maneira agradável, sem a necessidade de arar, plantar ou esperar pelas colheitas.

Essa passagem bíblica nos mostra a importância do trabalho e da responsabilidade do homem como administrador dos recursos a nossa disposição. Mesmo que hoje vivamos em um cenário diferente, em que o trabalho muitas vezes envolve esforço árduo e desafios, a base do princípio bíblico permanece relevante. O trabalho não é apenas uma forma de prover nossas necessidades materiais, mas também um meio de exercitar nossos talentos e habilidades, de contribuir para o bem-estar da sociedade e de desenvolver um senso de propósito e realização pessoal. Além disso, quando desempenhamos nossas atividades de trabalho com integridade e dedicação, honramos a Deus e refletimos Sua imagem como criaturas criativas e produtivas.

O trabalho como princípio bíblico essencial que nos convida a cuidar, a prosperar com nossos esforços e a glorificar a Deus em todas as nossas atividades laborais. Assim, podemos encontrar significado e satisfação em nossa jornada diária, honrando o propósito divino para nossas vidas e contribuindo para o bem-estar do mundo ao nosso redor.Parte superior do formulário

a) Trabalho: condição necessária para a vida humana — O trabalho satisfaz necessidades físicas e emocionais. Também do fruto do trabalho, o homem alimenta a si e sua família, além de obter proteção através de moradia e atender outros interesses. Também oferece oportunidade de o homem desenvolver sua criatividade, vocação e talento. Além disso, o trabalho é necessário tanto para atingir objetivos próprios quanto para os outros. Não é só uma satisfação plena pessoal, mas também de utilidade para o próximo (Pv 13.11; Ec 5.9; 2Ts 3.8).

b) Trabalho: expressão prática de amor — Por ter a visão que ultrapassa valores pessoais, o cristão faz do seu trabalho uma expressão prática de seu amor aos outros. Os interesses pessoais estão aquém dos da comunidade (2Co 11.9). Este é o pensamento de Deus para os seus, porém vivemos numa sociedade edificada sobre estruturas iníquas, em que o outro só é visto como competidor ameaçando nosso lucro maior (Fp 2.3 ,4). Infelizmente, muitos cristãos, com todas as características de bons religiosos, se acomodam às iniquidades e passam a agir como se tudo fosse normal e os valores fossem outros.

c) Trabalho: revelação de habilidades — Só se conhece o talento de alguém, quando manifestado. É impossível conhecer uma linda voz sem que a pessoa abra a sua boca e cante. É pelo uso das habilidades dados por Deus que vamos conhecendo nosso semelhante com suas capacidades. “Somente somos capazes de reconhecer as habilidades e a grandeza de nossos semelhantes, quando se expressam no trabalho que fazem” .

Deus criou o ser humano diferente do outro, com características e capacidades singulares. Monotonia não é do agrado de Deus. Ele é alegre e essa qualidade é demonstrada em toda a sua criação. Por isso, ao desempenhar o trabalho profissional, cada um o fará de forma diferente. Mas, quando se tem a consciência de que estamos sendo canais da bênção de Deus aos outros no nosso trabalho, o assunto fica mais sério. Vejamos alguns princípios que nos ajudam a corresponder às expectativas de Deus a nosso respeito.

Princípio da capacidade — Em Mateus 25.14-30, Jesus conta a parábola dos talentos, e no verso 15 lemos: “a um deu cinco talentos, a outra dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade; e seguiu viagem”. É impossível colocar-se quinhentos milímetros de água num copo onde só cabem trezentos. Cada vasilha tem sua capacidade própria. Da mesma forma, cada ser humano tem sua capacidade e difere em intensidade.

Princípios da honestidade e da justiça — Pediram a um chefe do setor de compras para assinar uma compra que fora feita num valor inferior ao da nota. Por convicções pessoais, ele disse não. O outro lhe disse: “Se eu lhe der “x” reais? “Não”, respondeu. “Mas ser for “x + y”? “Não”, disse o chefe. “Que tal “x+y+w”? “Bem, aí… talvez … “.

Muitas pessoas defendem a ideia “encontre um preço e a pessoa mentirá, trapaceará ou rouba­rá, caso o preço ou pressão forem suficientes”. (Ex 23.8; Pv 18.16) Ser honesto é uma obrigação cristã, que traz a sua recompensa. Vejamos a história de José, ele foi honesto tanto do ponto de vista humano quanto espiritual, e por isso, Deus o recompensou. Ele faz o mesmo com o crente hoje. Deus não muda! (Gn 39.23).

Trabalho: princípio da responsabilidade — Cada cristão é responsável diante de Deus e do próximo pelo desempenho de sua profissão. A responsabilidade não é virtude recebida quando se completa maioridade ou se conquista o primeiro emprego. Antes de tudo é algo aprendido na infância (Pv 22.6). Empregados que chegam atrasados ao local de trabalho sem razões que justifiquem, saem antes de terminar o horário, cochilam logo após o almoço avançando o tempo de expediente, estão dando testemunho negativo aos seus colegas (1Pe 2.12-15).

Quando a mãe de Moisés coloca o menino no cesto e a filha de Faraó o recolhe para o Palácio, sem que esta soubesse contratou a própria mãe para criar o menino (Ex 2.1-10), entretanto, no versículo 9 a princesa prometeu o salário pelo trabalho daquela mulher. Isto mostra respeito e conduta pelo trabalho de outra pessoa. Ainda nas Escrituras nos é dado que o trabalhador é digno do seu salário.

No trabalho a troca de interesses — Embora o trabalho seja criação divina para suprir necessidades nossas, o salário é uma troca que se faz com o empregador. É mesmo que dizer: “dou-lhe minhas habilidades e tempo e você me devolve em dinheiro para o meu sustento”. Existe aqui a troca de valores justa, que na qual muitas vezes isto não ocorre na prática. Já dizia Ageu 1.6, que o salário injusto são como “saco furado”, isto é, não dão para o sustento. Se o que se ganha é pouco e não dá para sobreviver, já é um problema de justiça e compromisso social.

No trabalho deve ornar a doutrina de Deus — No ambiente de trabalho, é essencial que a doutrina de Deus seja refletida em nossas atitudes e comportamentos. Como Paulo orientou a Tito, os servos devem ser obedientes aos seus senhores, buscando sempre satisfazê-los. É importante evitar ser desrespeitoso ou responder de forma insubordinada. Além disso, devemos abster-nos de qualquer prática desonesta, como o furto.

Ao contrário, nossa conduta deve ser caracterizada por fidelidade e integridade. Ao agirmos assim, estaremos ornamentando, em todas as coisas, a doutrina de Deus, que é o nosso Salvador (Tito 2.9,10).

Dessa forma, o ambiente de trabalho é uma oportunidade para manifestar os princípios e valores que aprendemos com Deus. Nossa postura respeitosa, honesta e fiel não apenas reflete nosso compromisso com Ele, mas também pode influenciar positivamente nossos colegas e superiores.

Quando vivemos de acordo com a doutrina de Deus, nosso testemunho no trabalho se torna uma expressão visível de nossa fé. Ao agir com retidão, estamos contribuindo para que os outros vejam a obra transformadora de Deus em nossas vidas e sejam atraídos pelo poder do Evangelho.

Contudo, no ambiente profissional, devemos buscar oportunidades para ornar a doutrina de Deus por meio de nossas ações e comportamentos. Ao fazê-lo, tornamo-nos agentes de mudança e luz em meio a um mundo que tanto precisa do amor e da verdade de Deus.Parte superior do formulário  (Tt 2.9,10).

O comportamento do desempregado — Mesmo no caso de estarmos desempregados, não temos desculpa para ficar ociosos. Enquanto estivermos sem trabalho remunerado devemos: gastar tempo à procura do trabalho digno; e trabalhar no que vier à mão para fazer como se estivéssemos trabalhando para receber salário.

A prática da parábola dos talentos (Mt 25.14-30), como ensino sobre nosso empenho no reino de Deus, também tem resultados no cotidiano: fiéis no pouco, sobre muito serão colocados. Não comamos o pão da preguiça, jamais! Temos visto pessoas que estão sofrendo por falta de trabalho, mas que no seu dia-a-dia são indolentes. Devemos dar motivos de satisfação àqueles a quem servimos, tendo ou não salário pelo serviço que prestamos (Is 53.1).

Não existem fórmulas prontas para serem adotadas nas situações de decisões éticas. Há algumas sugestões que nos ajudarão e poderemos descobrir outras.

Decisões sem conhecimento de todos os ângulos do problema são desastrosas. O que seu patrão lhe pediu para fazer está dentro dos regulamentos da empresa? O que é dúvida para você? Envolve dinheiro? Quais os padrões aprovados na profissão? Há padrões que não são nem ilegais nem antiéticos. Mas esteja atento aos padrões questionáveis (1Co 10.25-29).

Há pessoas que sempre agiram de certa forma, mas ao se tornarem crentes perceberam que os antigos métodos são impossíveis de serem empregados. Há uma necessidade de total troca de padrão de conduta. Alguns chegam a trocar de profissão. Antes de qualquer situação de mudança não se esqueça de orar. Tiago aconselha a pedir sabedoria a Deus (Tg 1.5).

Leia a Palavra — Há cristãos que têm a Bíblia como livro de sorte. Só procuram quando estão com problemas. Aí fazem uma oração rápida e abrem-na. No texto que cair, aí está a resposta. Não é bem assim (2Tm 3.16). A leitura e a familiarização nossa com o texto sagrado nos ajudam nas horas de decisões. Ouça a sua consciência. Às vezes a Bíblia nos fala claramente sobre determinado assunto, então ouça o que sua consciência lhe diz e tente harmonizar com que os princípios bíblicos esclarecem (Jo 5.39).

O trabalho, o salário, as decisões são bênçãos do Senhor para a nossa maturidade e crescimento pessoal. Quando assim entendemos, desfrutamos de cada uma delas com mais alegria e vontade de ser cristãos úteis ao próximo e à causado nosso Deus. Por meio do nosso trabalho pode­mos mostrar as bênçãos do Senhor a muitas pessoas. Essa é mais uma forma através da qual podemos exercer o nosso sacerdócio em nome de Jesus Cristo. Você já pensou que através de seu trabalho você faz parte da estratégia de Deus para transformar este mundo?

Glossário

  • Aquém: Abaixo de
  • Indolente: Sem atividade; ocioso, inerte, preguiçoso

“Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra”. Rm 13.7

Verdade aplicada

O crente honra seus compro­missos na terra, porque acima de tudo, é um cidadão dos céus.

Objetivos do estudo

  • Salientar a importância da cidadania cristã.
  • Enfatizar a necessidade do conhecimento das leis da cidadania.
  • Destacar o crente como verdadeiro cidadão do céu.

Leituras complementares

  • Segunda: Rm 13.5-9
  • Terça: Jó 33.21/Sl 105.45
  • Quarta: Ec 5.4
  • Quinta: Jr 5.28
  • Sexta: At 22.28
  • Sábado: Ef 2.19

Definição de “cidadão” é: como o indivíduo no gozo dos direitos ci­vis e políticos de um Estado, ou no desempe­ nho de seus deveres para com este”, e cidada­nia como “qualidade ou estado de cidadão”. A questão da cidadania nem sempre tem sido vista com atenção pelos crentes. Talvez por­que lhes falte maior conscientização sobre o assunto. O fato é que ao relegar a discussão do tema a um segundo plano, deixamos de abrir canais importantes para o cumprimen­to de nossa missão cristã. Os deveres e direi­tos do cidadão, conforme preconizados pela Constituição Brasileira, oferecem amplas condições para vivência, testemunho e proclama­ção das verdades bíblicas.

A Bíblia aborda o tema cidadania. As verdades Bíblicas acerca do valor do homem, como ser criado por Deus, dotado de inteligência e livre arbítrio estão perfeitamente estabelecidas nas Escrituras Sagradas (Gn 2.15-17). Embora os termos “cidadão” e “cidadania” não apareçam no texto sagrado, têm tudo a ver com a mensagem bíblica, que nos oferece belos exemplos de como o “outro” pode e deve ser valorizado e respeitado em sua individualidade (At 22.25-29).

Os direitos do cidadão e a Bíbiia – O Estado de Direito é o regime que deve nortear todas as iniciativas nacionais de acordo com a Constituição Brasileira. Este “direito” se fundamenta na soberania do país, na ci-dadania das pessoas que vivem nes- se país, na dignidade da pessoa humana, nos valores sociais do trabalho, da livre iniciativa e no pluralismo político. A Bíblia, como nossa “Constituição Divina”, também nos garante direitos soberanos como cidadãos dos céus (Ef2.19).

Direito de ir e vir – Este é um direito que é assegurado a toda e qualquer pessoa, seja em que lugar ela estiver em todo o território naci­onal, desde que o país esteja desfru­tando de paz e sobre ela não pese qualquer ordem judicial restritiva nem esteja em flagrante de delito. Embora não seja explícita em rela­ção ao assunto, a Bíblia trata da ca­pacidade individual do ser humano de escolher o seu próprio caminho, mesmo, muitas vezes, contrariando a vontade de Deus (Is 55.8,9; Rm 14.12; I Co 6.12; 10.23).

e) Direito de igualdade peran­te a lei – A ideia embutida neste direito é a da condenação de qual­quer discriminação. O fato é que nenhuma restrição pode ser feita a quem quer que seja “em razão da sua condição pessoal, econômi­ca ou social; das suas condições de sexo, idade, raça ou naturalidade; das suas condições de consciência política, credo religioso ou convic­ção filosófica”. Sobre este tema, a Bíblia é bem explícita, ao ordenar a não se fazer acepção de pessoas e ao condenar a discriminação (Dt 16.19; Jó 32.212; Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25).

O conhecimento de nossos direitos nos dá a liberdade e a responsabilidade de viver uma vida quieta, justa e piedosa; além de nos conscientizar do quanto devemos respeitar o outro (Jr 29. 7; I Tm 2.1,2). Ao conhecer os direitos de cidadão dos céus, o crente desfruta na terra de privilégios celestiais (Rm 8.17).

O direito de fazer ou deixar de fazer — Exceto nos casos em que a lei determinar de modo diferente, nin­guém pode ser submetido a constran­gimento ilegal. Tudo que é de origem forçada, obrigando alguém a fazer ou deixar de fazer o que não quer, quan­do a lei não se pronuncia, é ilegal. Em certo sentido, a Bíblia fala sobre isto quando aborda o tema da liberdade que o indivíduo alcança em Cristo Jesus (Is 61.1; Lc 4.18; Gl 5.1,13; Tg 1.25).

O direito de intocabilidade do corpo – O corpo de cada pessoa é dc responsabilidade exclusiva dela e está protegido pela constituição. O termo usado é “incolumidade do corpo”. Isto significa que torturas e tratamentos degradantes estão expressamente proibidos. A questão da proteção à individualidade, ao corpo doc outro, pode ser vista debaixo da ótica pacifista da Bíblia de oferecer a outra face, de pagar o mal com o bem (Êx 2013; Mt 5.39,44; Rm 12.18).

O direito de liberdade de expressão — Este direito independe de censura ou licença. Somente nos casos de espetáculos dirigidos a pú blico menor de idade, deve haver algumas adequações. A Bíblia não aborda prioritariamente aspectos de expressão cultural; embora a sua narrativa tenha como pano de fundo as culturas dos povos em questão. Não há proibição à prática cultural; logo, o que não é proibido é permitido. Recomenda apenas princípios de respeito ao outro, honestidade, fidelidade a Deus no trato destas questões (1Co 6.12; Fp 4.8; Rm14,13-23).

Não temos espaço para expor to dos os direitos do cidadão nesta lição, mas é fundamental que todo brasileiro tenha um exemplar da Constituição e saiba bem os seus direitos, pois temos o direito de ter direitos. Como salvos em Cristo, temos direito à liberdade espiritual (Gl 5.1).

Direitos que não podem ser violados — A intimidade, a vida privada, a honra, a imagem, a correspondência, as comunicações telegráficas ou dados e a sua casa. Sal vo nos casos previstos em lei, qual quer destas violações é passível de incriminação. A casa é abrigo inviolável de cada cidadão, estando vetado o acesso de qualquer estranho sem o consentimento do proprietário. O decálogo trata de algumas questões intocáveis, tais como: animais, coisas e mulher do próximo. A Bíblia condena a cobiça e o roubo (Êx 2015-17; Mt 18.15-18).

O direito de reunião e das liberdades políticas e religiosas — Está assegurado a todo cidadão o direito de reunir-se para as suntos políticos e religiosos, desde que haja acesso ao público e não se porte armas. Em logradouros públicos este direito também é garantido, bastando, para tanto, não frustrar reunião anteriormente mar­cada para o mesmo lugar e comunicar às autoridades competentes para as devidas providências. O conceito cristão destas liberdades está presente nas páginas do Novo Tes tamento. Jesus não condenou um homem que não era discípulo seu, mas falava em seu nome (Mt 9.38- 41; Jo 10.16;At 2.46).

O direito de petição — Fazer petições aos órgãos públicos ou obter certidões em repartições é um direito assegurado a todos os brasileiros. O objetivo é esclarecer, de fender o direito, denunciar a ilega lidade. Nos tempos de Moisés foram estabelecidas várias instâncias para tratamento de pequenas e grandes causas (Dt 16.18-20; Ex 18.13-27).

A Bíblia é o manual de ética por ex­celência. Nela temos ensino para nos­sa vida em todos os sentidos (Pv 4.20- 23). São diversificados os exemplos de cidadania que encontramos (Rm 13. 7). É lamentável que poucos estu­dem esses assuntos na Bíblia.

O Decálogo — Os dez mandamen­tos apresentam os princípios que norteiam as relações do homem com Deus e com o próximo. A divisão do decálogo aponta os deveres básicos dessa relação. Os deveres do homem para com Deus (Êx 20.3,4,7,8), e os deveres para com o semelhante (Êx 20.12,13,14,15,16,17), sendo que um vem em forma de promes­sa (Êx 20.12).

As lições de cidadania e sabedoria de José — No episódio dos so­nhos de Faraó, que levou José à interpretação acerca dos anos de fome e fartura (Gn 41.1-57; 47.13-26), ele nos legou lições de cidadania e de sa­bedoria como administrador do Egi­to (Gn 41.40). José foi sábio ao ajuntar todo mantimento possível do Egito (Gn 41.48), e administrou o re­sultado apurado para alimentar aos egípcios e estendeu as bênçãos a ou­tros povos (Gn 41. 56,57). Em todas as ações de José, vimos um exemplo de cidadania provendo condições para sua família enfrentar as adver­sidades ( Gn 4 7 .11, 12).

Jesus e a cidadania  — A visão de Jesus acerca dos relacionamen­tos humanos, responsabilidade so­cial e deveres políticos transcendeu a qualquer código de ética ou de di­reitos humanos. Jesus sempre pen­sou no algo mais, além do trivial, naquilo que excede a ação mais co­m um dentre os religiosos fariseus (Mt 5.20). A ética e a cidadania para Jesus iam além da lei. Para Ele, en­colerizar já é transgressão (Mt 5.21,22). A lei condena o adultério. Ele mostra que a cobiça é pecado (Mt 5.27). Além disso, Ele nos ori­enta a ter uma palavra verdadeira: “sim, sim; não, não” (Mt 5.33-37).

Diante do que aprendemos acerca dos direitos e deveres do cidadão, e suas implicações para a vida do cris­tão, somos desafiados a trabalhar em prol da efetivação da justiça em nosso país; divulgar os direitos e deveres da cidadania; reconhecer os direitos dos outros e a cumprir nos­sos deveres. Devemos colocar em prática esses mandamentos, pois Jesus nos ensina a amar a Deus e ao próximo. Quem os pratica, exer­ce a cidadania e frutifica na sua relação com a sociedade.

Glossário

  • Discriminação: Ato ou efeito de diferenciar.
  • Embutir: Introduzir dis­cretamente.
  • Relegar: Pôr em segundo plano, desprezar.

14. A Ética Cristã no Aconselhamento Pastoral

“As palavras dos sábios são como aguilhões, e como pregos bem fixados as sentenças coligadas, dadas pelo único Pastor”. Ec 12.11

Verdade aplicada

O sábio conselho revela sempre o verdadeiro sentido da vida.

Objetivos do estudo

  • Revelar a importância do aconselhamento na igreja.
  • Saber que é com conse­lhos prudentes que se ob­tém vitória.
  • Conscientizar-se de que Jesus é o maior de todos os conselheiros

Leituras complementares

  • Segunda: 1Pe 5.1-4
  • Terça: Pv 24.6/27.33
  • Quarta: Is 11.2
  • Quinta: Is 9.6
  • Sexta: Pv 12.18
  • Sábado:   Pv 10.31

 Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra. 10 Com todo o meu coração te busquei; não me deixes desviar dos teus mandamentos. 11 Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti. 12 Bendito és tu, ó Senhor; ensina-me os teus estatutos. 13 Com os meus lábios declarei todos os juízos da tua boca. 14 Folguei tanto no caminho dos teus testemunhos, como em todas as riquezas. 15 Meditarei nos teus preceitos, e terei respeito aos teus caminhos. 16 Recrear-me-ei nos teus estatutos; não me esquecerei da tua palavra. Sl 119.9-16

O comportamento humano é intrinsecamente ligado aos valores e sentidos que as pessoas carregam consigo. Para serem verdadeiramente saudáveis, indivíduos necessitam de valores sólidos e um sentido de vida claro e sadio. Atualmente, enfrentamos uma epidemia de confusão moral e distorção de valores em nossa sociedade, que tem gerado inúmeros problemas pessoais e sociais. Esta crise ética é o terreno fértil onde muitos dos conflitos e sofrimentos humanos florescem, levando as pessoas a buscarem aconselhamento e terapia para encontrar alívio e orientação.

Muitas pessoas que procuram assistência pastoral para seus problemas pessoais sofrem de consciências distorcidas, fruto de uma compreensão equivocada dos valores éticos. Muitas vezes, elas não estão plenamente conscientes das raízes éticas de sua dor, o que dificulta ainda mais o processo de cura e restauração. A falta de clareza sobre o que é moralmente correto ou errado contribui para um estado de confusão e desespero, exacerbando problemas emocionais e espirituais.

Em meio a essa crise, os líderes cristãos têm um papel crucial a desempenhar. Eles precisam desenvolver aptidões eficazes para guiar as pessoas através dos valores éticos centrados na Bíblia Sagrada. Como o salmista declara em Salmos 119:9-16, a pureza e a integridade da vida são encontradas ao seguir os preceitos de Deus e guardar Sua Palavra no coração. Os líderes devem, portanto, ser bem versados na Escritura e habilidosos em aplicá-la de maneira prática e relevante nas vidas daqueles que buscam ajuda.

A orientação pastoral baseada em valores bíblicos oferece um caminho para a verdadeira cura e transformação. Ao iluminar as consciências com a luz da verdade divina, os líderes podem ajudar as pessoas a reconhecerem e corrigirem suas distorções éticas. Isso não apenas alivia a dor emocional, mas também promove uma vida de integridade e propósito alinhada com os ensinamentos de Cristo.

Além disso, os líderes cristãos devem ser modelos de comportamento ético, vivendo de acordo com os princípios que ensinam. Seu exemplo pode inspirar e encorajar os outros a seguir o mesmo caminho de retidão. Em uma sociedade onde os valores estão frequentemente em fluxo, a constância e a firmeza dos valores bíblicos oferecem uma âncora segura.

Portanto, o comportamento humano, influenciado por valores sólidos e sadios, é essencial para a saúde espiritual e emocional. A tarefa dos líderes cristãos é grande, mas com dedicação e dependência de Deus, eles podem ser instrumentos poderosos de mudança, ajudando a restaurar a clareza moral e a integridade ética na vida daqueles que servem.

O amor deve ser o alicerce de toda a conduta do cristão pelo fato de ser é um referencial para se gostar do próximo (Fp 2.3,4).

O amor deve ser o alicerce de toda a conduta do cristão, servindo como um referencial essencial para gostar do próximo. Em Fl 2:3-4, somos exortados: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.” Este ensinamento ressalta que a verdadeira conduta cristã é fundamentada no amor altruísta e na consideração pelo bem-estar do outro.

Quando o amor é a base das nossas ações, refletimos o caráter de Cristo e promovemos a harmonia e a unidade dentro da comunidade de fé. O amor nos impulsiona a agir com compaixão, justiça e misericórdia, tornando-nos agentes de paz e reconciliação. Ele nos chama a servir aos outros com alegria e dedicação, colocando suas necessidades à frente das nossas.

O amor como fonte de conduta também nos ajuda a superar conflitos e diferenças, cultivando relacionamentos saudáveis e edificantes. É pelo amor que perdoamos, que suportamos as fraquezas dos outros e que nos esforçamos para viver em paz. Assim, o amor não é apenas um sentimento, mas uma prática diária que transforma nossa vida e a vida daqueles ao nosso redor, cumprindo o mandamento de Jesus de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

Tanto dentro da igreja quanto dentro da comunidade há muitos conflitos de questões morais. Os valores morais e espirituais devem sempre ocupar um importante lugar na igreja, bem como no aconselhamento individual e fami­liar. Dentro de relacionamentos de con­fiança mútua, as pessoas podem ser auxiliadas a esclarecer, reavaliar e re­visar seus valores confusos, con­flitantes e destrutivos, para sintonizá­los com os valores da Palavra de Deus (Hb 3.10-14).

Culpa crônica e inapropriada­

Alguns crentes estão destruídos psi­cológica e espiritualmente. Eles sen­tem uma culpa crônica e inapropriada, resultante de sistemas de valores imaturos e rígidos. Sua auto-avalia­ção contém pouca ou nenhuma per­cepção sobre a teologia do arrependi­mento e do perdão (Pv 28.13). Eles tendem a desperdiçar suas energias éticas numa autopunição compulsiva por causa de questões éticas triviais ou de seus “maus” sentimentos. O ob­jetivo do aconselhamento é ajudá-las a conseguir uma consciência cristã mais aceitadora (I J o 1. 7-9 ).

Comportamento trivial

As pessoas com consciências convictas de sua própria justiça, geralmente não procuram ajuda pastoral para seus próprios problemas. Quando procuram, é para pedir ajuda para fazer com que um membro da fa­mília corresponda às suas expecta­tivas ou para criticar algum mem­bro da congregação por não corresponder a seus padrões per­feccionistas (Tg 4.9-12). Jesus usou da mais vigorosa confrontação ao relacionar-se com os fariseus, que eram legalistas ao extremo (Lc 18.9- 14; Ec 7.16,7).

O perigo da justiça própria

A convicção da própria justiça po­de ser um modo de manter um senso de poder sobre outras pesso­as – o cônjuge ou os filhos – e de justificar tentativas de controlá­las. Ajudar pessoas justas aos seus próprios olhos a abrandar sua consciência e auto-imagem defen­sivas é quase impossível enquan­to elas não sentem alguma neces­sidade de ajuda (Mt 23; Is 64.6; I Tm 4.2).

Em nossa sociedade, muitas pessoas sofrem de falta de entusiasmo e pro­fundo desânimo. Não há nada que elas valorizem o suficiente para dar­-lhes uma sensação de expectativa e vitória. Quando a vida “fica sem sen­tido”, isso é um sinal de que precisa­mos revisar nossas prioridades e va­lores, bem como nosso estilo de vida perante. Deus e a sociedade (II Co 13.5-7;Ne8.10).

Na comunidade cristã deve haver lugar para o aconselhamento de todos os tipos de pessoas. É imprescin­dível que a igreja proporcione aconselhamento com os membros mo­ribundos que estejam vivenciando momentos de perda, crise conjugal, ou qualquer outra tribulação (Jr 3.15). A igreja deve se colocar à dis­posição de casais com problemas matrimoniais e de todos os que sofrem com problemas de separação ou divórcio (Hb 13.7-17; IITm 2.24-26).

O pastor como conselheiro no exercício do seu ministério deve usar métodos que estabilizam, alicerçam, alimentam, motivam e orientam pessoas atribuladas, capacitan­do-as a manejar seus problemas e re­lacionamentos mais construtiva­mente, dentro dos limites que lhes são impostos. No aconselhamento, o cres­cimento da personalidade muitas ve­zes ocorre gradativamente, como re­sultado da eficácia adquirida pelas pessoas em resolverem seus proble­mas e melliorarem seus relaciona­mentos (CI 3.18-22). Ao usar subsídios religiosos, a oração, a Bíblia, a literatura devocio­nal, a Ceia do Senhor, etc., consti­tuem valiosos recursos espirituais, que são características singulares do aconselhamento pastoral. Quando empregados apropriadamente, po­dem dar ao aconselhado uma nova consciência de que sua vida tem sen­tido para além da dor e da tragédia com que ele se defronta. Em momen­tos de abertura espiritual, suscita­dos pelo uso significativo desses sub­sídios, conselheiro e aconselhado po­dem tornar-se conscientes do poder sustentador do Espírito à disposição de ambos através do aconselhamento (Tg 5.14-16).

As igrejas têm a responsabilidade de cuidar dos crentes, de fazê-los discí­pulos, alimentá-los com a Palavra e protegê-los: “Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue” (At 20.28). Deste modo, o aconselha­mento deve fazer sempre parte do exercício ministerial.

Glossário

  • Maturação: Amadureci­mento, aperfeiçoamento.
  • Neurose: Distúrbio emoci­onal.
  • Subjetivo: O que se pode subentender.

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por Teo.Prof Sergio Valentin Grizante