8. Apologética focada nas Heresias
11. O Pós-Modernismo e a Fé Cristã
12. Como Evangelizar nos tempos de hoje
6. Metodologia Apologética
O alvo desta metodologia é avaliar as várias cosmovisões que estão competindo pela lealdade do povo. Um outro alvo do sistema é a comunicação da cosmovisão cristã. Para comunicar é preciso um ponto de contato com o não-crente.
Qualquer sistema de apologética deve ter pelo menos as seguintes partes: Um ponto de partida lógico, um ponto de contato com o descrente, ou seja, “terreno comum”, provas da verdade, o papel do raciocínio, a base da fé em Deus, em Cristo e na Bíblia. O significado destes aspectos de uma apologética deve ficar claro ao explicar as metodologias abaixo.
APOLOGÉTICA TRADICIONAL
OS EVIDENCIALISTAS
Tomam a postura de que a melhor maneira de se comprovar a existência de Deus e a veracidade da Bíblia é apelar para a evidência da história. Eles apontam para a evidência da ressurreição de Jesus, por exemplo, como a prova de que Ele é Deus. O “evidencialismo” é caracterizado pela tendência de se asseverar que a verdade do Cristianismo pode ser demonstrada como sendo altamente provável. Os evidencialistas começam a partir do empirismo e a abordagem deles pode ser analisada assim:
Ponto de partida lógico – O empirismo começa a partir do dado empírico para construir uma cosmovisão. Ele pressupõe que exista uma correspondência entre a realidade exterior e as percepções interiores na mente humana e que os cinco sentidos são confiáveis. Outros pressupostos incluem a unidade da experiência, a regularidade das leis da natureza e causalidade.
Terreno comum – Os evidencialistas dizem que a coisa que temos em comum com o não-crentes são os fatos. “Um fato é um fato”, eles dizem. Eles pressupõem que os fatos são os mesmos para todo mundo é que eles têm o mesmo significado. Alguns evidencialistas admitem que temos em comum com os descrentes as formas lógicas do raciocínio humano. Prova da verdade. Algo é verdadeiro se ele é consistente com os fatos. Por isso eles dão muita ênfase aos fatos históricos: a ressurreição de Jesus, etc. Para eles a evidência exige um veredito.
O papel do raciocínio – Os evidencialistas dependem da lógica indutiva.
A base da fé – Certeza absoluta é impossível, segundo os evidencialistas. O melhor que podemos esperar é um alto grau de probabilidade. Eles dizem que entre as várias cosmovisões possíveis, o cristianismo é o mais provável e deve ser aceito.
RACIONALISMO
O que é? O racionalismo é uma epistemologia que tenta conhecer a verdade dedutivamente. Vários filósofos (Anselmo, Descartes) tentaram o comprovar cristianismo através do racionalismo. Seria o modo de pensar que atribui valor somente à razão, ao pensamento lógico.
Ponto de partida lógico – O racionalismo começa a partir de axiomas ou pressupostos que não podem ser negados.
Terreno comum – O ponto de contato entre os não-crentes é a validade universal das leis da lógica: a lei da não-contradição, a lei da identidade, e a lei do meio excluído. Estas leis compõem a estrutura da mente humana e definem as possibilidades na realidade.
Prova da verdade – A firmeza lógica é a prova da verdade final.
O papel do raciocínio – O processo de raciocinar, segundo o racionalismo, é deduzir as conclusões que se seguem logicamente dos axiomas. A razão é puramente dedutiva.
A base da fé cristã é a certeza dos silogismos[1] lógicos.
Problemas? O problema do racionalismo é que os argumentos são apenas tão bons como os pressupostos. Um argumento pode ser válido e ainda falso por ter falsos pressupostos. O racionalismo pretende construir um argumento com pressupostos fundamentados no mundo finito e concluir com um Deus infinito. Mas, pressupostos finitos (pensou, logo existo, etc.) não são suficientes para chegar a um Ser Infinito. O raciocínio, para ser suficiente, deve começar a partir de um ponto de referência infinito.
MISTICISMO
Tendência a considerar a ação de supostas forças espirituais ocultas, que se manifestam por vias outras que não as da experiência comum ou as da razão.
Ponto de Partida lógico – Testemunho pessoal sobre sua experiência de Deus.
Terreno comum – Não existe terreno comum porque os não-crentes não podem entender o que eles não experimentaram.
Prova da verdade – A auto-autenticação da experiência. O místico responde aos incrédulos ao dizer: “Jesus mudou a minha vida”. A prova final é a realidade de um encontro com Deus.
O papel do raciocínio – A razão pode interpretar a experiência, mas ela é incapaz de avaliar a verdade da experiência. As vezes o raciocínio é visto como um obstáculo a uma experiência de Deus.
A base da fé – Os místicos dizem que eles têm uma certeza psicológica. A fé é irracional.
Problemas? Os Mórmons têm a sua experiência, os Hindus, e todas as outras religiões também. A experiência precisa de um ponto de referência objetivo para validá-la.
OS VERIFICACIONALISTAS
Combinam os métodos tradicionais e ainda acrescentam outras provas. Eles propõem que a probabilidade da veracidade da religião cristã pode ser aumentada através da viabilidade existencial. Um sistema que não é viável ao nível prático é considerado improvável.
Ponto de partida lógico– Eles propõem a existência de Deus como uma hipótese que precisa ser apresentada por meio de argumentos e testada por meio da experiência.
Terreno comum– Os verificacionalistas dizem que todos os homens têm em comum os fatos da experiência, as leis da lógica, a busca de valores e as leis morais.
Prova da verdade – Consistência sistemática, ou seja, aquilo que corresponde aos fatos (com menos problemas do que outros sistemas), sem contradições lógicas, e pode ser vivido sem hipocrisia é o mais provável.
O papel do raciocínio – A razão humana é o juiz que verifica a hipótese através da lógica e experiência.
A base da fé – A probabilidade intelectual e a certeza moral são as bases da fé. O cristianismo exige certeza moral.
Problemas? Combinação do empirismo, o racionalismo e o misticismo. Começando com os pontos de partida finitos que estes sistemas têm, ele sofre as mesmas fraquezas.
OS PRESSUPOSICIONALISTAS
Os pressuposicionalistas defendem a ideia que os apóstolos atacavam a estrutura do pensamento dos pecadores e nós devemos fazer o mesmo. Procuram expor os pressupostos dos incrédulos e demonstrar a sua insuficiência. Através da destruição dos alicerces do pensamento pagão, as idolatrias do mundo são derrubadas e o Evangelho é apresentado como a única esperança.
Ponto de partida lógico – Os pressuposicionalistas começam onde a Bíblia começa, com o pressuposto da existência do Deus Triúno da Bíblia e a inerrância das Escrituras.
Terreno comum – Não existe terreno comum entre o sistema (epistemologia[2]) do descrente e do crente, porque a interpretação do mundo feita pelo descrente pressupõe que Deus não existe. Mas o descrente não é consistente com os seus próprios pressupostos. Por exemplo, os humanistas aceitam relativismo ético e negam que existem absolutos morais, mas quando alguém rouba o carro deles, eles insistem que roubar é errado.
Prova da verdade – As reivindicações da Bíblia são auto-autenticadas. No fim, a prova da verdade do sistema cristão é que, se não fosse verdadeiro, não existiria verdade.
O papel do raciocínio – O crente pode se colocar no lugar do não-crente para mostrar-lhe os resultados do seu sistema não-cristão. O crente usa a razão para desconstruir a cosmovisão do não-crente e revelar os seus absurdos e problemas. Além disso, o crente mostra que a Bíblia contém uma cosmovisão que é suficiente para resolver os problemas da epistemologia, da ética, da ontologia, e da teleologia.
A Base da fé – No fim das contas, a Palavra de Deus e a autoridade de Deus são as bases da fé cristã. Os pressuposicionalistas dizem que a veracidade da fé cristã é absoluta
7. Certeza Apologética
Qual é o grande objetivo destas metodologias apologéticas???
COMO PODEMOS CHEGAR A CERTEZA DA APOLOGÉTICA
Um dos grandes desafios da apologética é conduzir as pessoas a ter certeza de que as afirmações do cristianismo são verdadeiras. Vamos definir o que é a certeza apologética, e quais as condições e critérios para que possamos chegar a certeza.
A DEFINIÇÃO DE CERTEZA
Certeza é o estado da mente em que está intimamente persuadida de possuir a verdade. Estar certo é, portanto, formular um juízo, que exclui totalmente a dúvida e o temor de errar.
CERTEZA É RESULTADO DE UM PROCESSO
Intelectual: onde pelo raciocínio uma pessoa acredita que conseguiu encontrar uma verdade espiritual, lógica , sensata e coerente com a razão.
Psicológico: As emoções precisam aqui estar em sintonia com as convicções intelectuais. Há pessoas que falam sobre a fé, mas seus sentimentos não produzem a mesma convicção psicológica.
Espiritual: onde o indivíduo em contato com o divino tem uma experiência única com a revelação, de modo que está se apresenta para ele com a verdade mais concreta e absoluta para explicar o propósito e sentido de sua existência.
ESPÉCIES DE CERTEZA
A certeza metafísica; que se funda na relação necessária entre os termos do juízo ou raciocínio lógico. Ex. Quando digo que “o todo é maior que a parte”, o atributo convém de tal modo ao sujeito que é impossível conceber o contrário. Ao formularmos um juízo desses, o nosso espírito não só não admite a possibilidade de dúvida, mas afirma que a contraditória é absurda e não se pode conceber;
Certeza física: que se baseia na constância das leis do universo. Só a experiência nos pode dar esta certeza.
Certeza moral: que se funda no testemunho dos homens, quando este se apresenta com todas as garantias de verdade. Ex. As verdades históricas e, portanto, as religiosas são objeto da certeza moral. Ex. O Pecado é a transgressão da lei. É errado adulterar, matar, etc.
O MODO DO CONHECIMENTO
Imediata: direta ou intuitiva, quando se apresenta à inteligência sem o intermédio de outra verdade; ex.: alguém tem uma experiência direta com uma revelação.
Mediata: indireta ou discursiva, quando a conhecemos indiretamente por meio do raciocínio; ex.: alguém conhece a revelação por meio do testemunho de outra pessoa
CRITÉRIO
Por conseguinte, o problema da verdade reduz-se a saber qual é o sinal ou critério por onde podemos conhecer que estamos em posse da verdade.
Propostos vários critérios:
A revelação divina: Ex. exper. místicas, sobrenaturais, visões
O consenso universal: Ex. milhões de pessoas creem em Deus
O senso comum: São as crenças populares
O sentimento: sentimos o amor, por isso temos a certeza da sua existência
O critério ou sinal infalível e universal da verdade é a evidência. Mas, que é a evidência? O termo evidente, como a etimologia o indica, significa que a verdade está revestida duma claridade que a faz brilhar aos nossos olhos. Uma das grandes discussões históricas é quanto a certeza dos dados, quanto a verdade das declarações que são feitas pela Bíblia. Portanto, precisamos definir a Bíblia apologeticamente. …A singularidade da Bíblia…..Nosso ponto de partida para a apologética.
A BÍBLIA É ÚNICA
É um livro “diferente de todos os demais” nos seguintes aspectos (além de em muitos e muitos outros):
ÚNICA NA SUA COERÊNCIA
Esse é um livro escrito durante um período de mais de 1.500 anos. Escrito durante mais de 40 gerações. Escrito por mais de 40 autores, envolvidos nas mais diferentes atividades, inclusive reis, camponeses, filósofos, pescadores, poetas, estadistas, estudiosos, etc:
Escrito em diferentes lugares: Moisés, no deserto; Jeremias, numa masmorra; Daniel, numa colina e num palácio; Paulo, dentro de uma prisão; Lucas, enquanto viajava; João, na ilha de Patmos; Outros, nos rigores de uma campanha militar.
Escrito em diferentes condições: Davi, em tempos de guerra; Salomão, em tempos de paz.
Escrito sob diferentes circunstâncias: Alguns escreveram enquanto experimentavam o auge da alegria, enquanto outros escreveram numa profunda tristeza e desespero.
A BÍBLIA É ÚNICA EM SOBREVIVÊNCIA
Ser escrita em material perecível, tendo que ser copiada e recopiada durante centenas de anos, antes da invenção da imprensa, não prejudicou seu estilo, exatidão ou existência. Comparada com outros escritos antigos, a Bíblia possui mais provas em termos de manuscritos .
“Os judeus a preservaram como nenhum outro manuscrito foi jamais preservado. Com a massora (O termo “massorá” provém na língua hebraica de mesorah que indica “tradição”). Portanto, massoreta era alguém que tinha por missão a guarda e preservação da tradição eles verificavam atentamente cada letra, sílaba, palavra e parágrafo. Dentro de sua cultura, eles dispunham de grupos de homens com funções específicas, cuja única responsabilidade era preservar e transmitir esses documentos com uma fidelidade praticamente perfeita – eram os escribas, copistas e massoretas.
A BÍBLIA É A ÚNICA EM SOBREVIVÊNCIA EM MEIO AS PERSEGUIÇÕES
Em 303 A.D. o imperador Diocleciano proclamou um edito (Cambridge History of the Bible) para impedir os cristãos de adorarem e para destruir as suas Escrituras: “…um documento imperial foi promulgado em todos os lugares, determinando a demolição das igrejas e a queima das Escrituras, e proclamando que aqueles que ocupavam posições de destaque perderiam todos os seus direitos…, caso insistissem em professar o cristianismo”. Quanto a esse edito para destruir a Bíblia, a ironia da história é que Eusébio registra o edito proclamado 25 anos depois por Constantino após Diocleciano, para que se preparassem 50 cópias das Escrituras às expensas do governo.
Nenhum outro livro tem sido tão atacado, retalhado, vasculhado, examinado e difamado. Que outro livro de filosofia, religião, psicologia ou literatura, sofreu e perdurou.
8. Apologética focada nas Heresias
As pessoas têm o direito de professar a religião de sua escolha. A tolerância religiosa é extensiva a todos. Isso não significa, porém, que todas as religiões sejam boas. Nos dias de Jesus havia vários grupos religiosos: Os saduceus (At 5.17), os fariseus (At 15.5). Os dois grupos tinham posições religiosas distintas (At 23.8). Mesmo assim, Jesus não os poupou, chamando-os de hipócritas, filhos do inferno, serpentes, raça de víboras (Mt 23.13-15,33). O Mestre deixou claro que não aceitava a ideia de que todos os caminhos levará a Deus. Ele ensinou que há apenas dois caminhos: o estreito, que conduz à vida eterna, e o largo e espaçoso, que leva à destruição (Mt 7.13-14). Os apóstolos tiveram a mesma preocupação: não permitir que heresias, falsos ensinos, adentrassem na Igreja.
O primeiro ataque doutrinário lançado contra a Igreja foi o legalismo. Alguns judeus-cristãos estavam instigando novos convertidos à prática das leis judaicas, principalmente a circuncisão.
Em Antioquia, havia uma igreja constituída de pessoas bem preparadas no estudo das Escrituras (At 13.1), que perceberam a gravidade do ensino de alguns que haviam descido da Judéia e ensinavam: Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podereis ser salvos (At 15.1). Esses ensinamentos eram uma ameaça à Igreja. Foi necessário que um concílio apreciasse essa questão e se posicionasse.
Em Atos 15.1-35, temos a narrativa que demonstra a importância de considerarmosos ensinos que contrariam a fé cristã.
PLURALIDADE RELIGIOSA
A pluralidade religiosa não é exclusiva dos tempos de Jesus. Atualmente existem milhares de seitas e religiões falsas, as quais pensam estar fazendo a vontade de Deus quando, na verdade, não estão. Há dez grandes religiões principais: Hinduísmo, Jainismo, Budismo e Siquismo (na índia); Confucionismo e Taoísmo (na China); Xintoísmo (no Japão), Judaísmo (na Palestina), Zoroastrismo (na Pérsia, atual Irã) e Islamismo (na Arábia). Nessa lista, alguns incluem o Cristianismo. Além disso, existem mais de dez mil seitas (ou subdivisões dessas religiões), estando seis mil localizadas na África, 1200 nos Estados Unidos e o restante em outros países. Para efeitos didáticos, o Instituto Cristão de Pesquisas classifica assim as seitas: Secretas: Maçonaria, Teosofia, Rosacrucianismo, Esoterismo, etc. Pseudocristãs: Mormonismo, Testemunhas de Jeová, Adventismo do Sétimo Dia, Ciência Cristã, A Família (Meninos de Deus), Igreja Apostólica da Santa Vó Rosa, etc. Espíritas: Kardecismo, Legião da Boa Vontade, Racionalismo Cristão etc. Afro-brasileiras: Umbanda, Quimbanda, Candomblé, Voduísmo, Cultura Racional, Santo Daime, etc. Orientais: Seicho-No-Iê, Igreja Messiânica Mundial, Arte Mahikari, Hare Krishna, Meditação Transcendental, Igreja da Unificação (Moonismo), Perfeita Liberdade, etc. Unicistas[3]: Voz da Verdade, Igreja Local, Adeptos do Nome Yehoshua e suas variantes, Só Jesus, Tabernáculo da Fé, etc.
Enquanto essas e outras seitas se multiplicam, e seus guias desencaminham milhões de pessoas, os cristãos permanecem indiferentes, desatentos à exortação de Judas 3 – “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos”
POR QUE ESTUDAR AS FALSAS DOUTRINAS
Muitos perguntam por que se deve estudar as falsas doutrinas. Para esses, seria melhor a dedicação à leitura da Bíblia. Certamente devemos usar a maior parte de nosso tempo lendo e estudando a Palavra de Deus, porém essa mesma Palavra nos apresenta diretrizes comportamentais relacionadas aos que questionam nossa fé. Assim sendo, apresentamos as razões para o estudo das falsas doutrinas:
1ª – Defesa própria: Várias entidades religiosas treinam seus adeptos para ir, de porta em porta, à procura de novos adeptos. Algumas são especializadas em trabalhar com os evangélicos, principalmente os novos convertidos. (Tt 1.9);
2 ª – Proteção do rebanho: Um rebanho bem alimentado não dará problemas. Devemos investir tempo e recursos na preparação dos membros da Igreja. Escolas bíblicas bem administradas ajudam o nosso povo a conhecer melhor a Palavra de Deus. Um curso de batismo mais extensivo, abrangendo detalhadamente as principais doutrinas, refutando as argumentações dos sectários e expondo-lhes a verdade, será útil para proteger os recém-convertidos dos ataques das seitas;
3 ª – Evangelização: O fato de conhecermos o erro em que se encontram os sectários nos ajuda a apresentar-lhes a verdade de que necessitam. Entre eles se encontram muitas pessoas sinceras que precisam se libertar e conhecer a Palavra de Deus. Os adeptos das seitas também precisam do Evangelho.
4 ª – Missões: Desempenhar o trabalho de missões requer muito mais do que se deslocar de uma região para outra ou de um país para outro. Precisamos conhecer a cultura onde vamos semear o Evangelho para alcançá-los adequadamente.
Como poderíamos nos acautelar dos falsos profetas se não pudéssemos identificá-los? Não teríamos de emitir um juízo classificando alguém como falso profeta? Concluímos, portanto, que há juízos estabelecidos em bases sinceras, mas, para isso, é preciso usar um padrão correto de julgamento e, no caso, esse padrão é a Bíblia (Is 8.20). Há exemplos nas Escrituras de que nem todo juízo é incorreto. Certa vez Jesus disse: julgas te bem (Lc 7.43). Paulo admitiu que seus escritos fossem julgados (1 Co 10.15). Disse mais: O que é espiritual julga bem todas as coisas (1 Co 2.15).
DEFINIÇÃO DOS TERMOS: SEITA E HERESIA
Ambas derivam da palavra grega háiresis, que significa escolha, partido tomado, corrente de pensamento, divisão, escola etc… A palavra heresia é adaptação de háiresis. Quando passada para o latim, háiresis virou seda. Foi do latim que veio a palavra seita. Originalmente, a palavra não tinha sentido pejorativo. Quando o Cristianismo foi chamado de seita (At 24.5), não foi em sentido depreciativo. Os líderes judaicos viam os cristãos como mais um grupo, uma facção dentro do Judaísmo. Com o tempo, háiresis também assumiu conotação negativa, como em 1 Co 11.19; Gl 5.20; 2 Pe 2.1-2.
Em termos teológicos, podemos dizer que seita refere-se a um grupo de pessoas e que heresia indica as doutrinas antibíblicas defendidas pelo grupo. Baseando-se nessa explicação, podemos dizer que um cristão imaturo pode estar ensinando alguma heresia, sem, contudo, fazer parte de uma seita.
HÁ OUTRAS DEFINIÇÕES SOBRE O QUE É SEITA
1ª. – Um grupo de indivíduos reunidos em torno de uma interpretação errônea da Bíblia, feita por uma ou mais pessoas -Dr. Walter Martin.
2ª – É uma perversão, uma distorção do Cristianismo bíblico e/ou a rejeição dos ensinos históricos da Igreja cristã – Josh McDoweell e Don Stewart.
3ª – Qualquer religião tida por heterodoxa ou mesmo espúria (não é certo nem verdadeiro, hipotético, adulterado).
COMENTÁRIO SOBRE A DOUTRINA
– A palavra doutrina vem do latim doutrina, que significa ensino. Referindo-se a qualquer tipo de ensino ou a algum ensino específico. Existem três formas de doutrina:
- Doutrina de Deus – At 13.12; 1.42; Tt 2.10;
- Doutrina de homens – Mt 15.9; Cl 2.22;
- Doutrina de demônios – 1 Tm 4.1.
A primeira é boa, as duas últimas são danosas. É preciso distinguir a primeira das últimas, senão os prejuízos podem ser fatais. O contraste entre a verdade e a mentira é mais nítido que o contraste entre a verdade e a falsidade. Religiões e seitas pagas podem ser analisadas facilmente. Contudo, uma religião ou seita que se apresente como cristã, mas tem uma doutrina contrária às Escrituras, merece toda nossa atenção. Para tanto, devemos conhecer os meios adequados para se identificar uma seita.
A CARACTERIZAÇÃO DA SEITA
O método mais eficiente para se identificar uma seita é conhecer os quatro caminhos seguidos por elas, ou seja, o da adição, subtração, multiplicação e divisão. As seitas conhecem as operações matemáticas, contudo, nunca atingem o resultado satisfatório.
ADIÇÃO
O grupo adiciona, acrescenta algo à Bíblia. Sua fonte de autoridade não leva em consideração somente a bíblia.
POR EXEMPLO:
-Adventismo do Sétimo Dia. Seus adeptos têm os escritos de Ellen White como inspirados tanto quanto os livros da Bíblia.
-As Testemunhas de Jeová: crêem que somente com a mediação do corpo governante (diretoria das Testemunhas de Jeová, formada por um número variável entre nove e 14 pessoas, nos EUA), a Bíblia será entendida. A maioria nega a doutrina bíblica evangélica.
-Os mórmons: dizem crer na Bíblia, desde que sua tradução seja correta. Ensinam: Cremos ser a Bíblia a palavra de Deus, o quanto seja correta sua tradução; cremos também ser o “Livro de Mórmon” a palavra de Deus (Artigo 8º das Regras de Fé). Declarei aos irmãos que o Livro de Mórmon era o mais correto de todos os livros da terra, e a pedra angular da nossa religião (“Ensinamentos do Profeta Joseph Smith”, p. 178).
-Os Meninos de Deus (A Família): dizem que é melhor ler os ensinamentos de David Berg, seu fundador, do que ler a Bíblia. E quero dizer-vos francamente se há uma escolha entre lerem a Bíblia, quero dizer-vos que é melhor lerem o que Deus diz hoje, de preferência ao que disse 2000 ou 4000 anos atrás! Depois, quando acabarem de ler as últimas Cartas de MO podem voltar e ler a Bíblia e as Cartas velhas de MO! (“Velhas Garrafas” – MO, julho, 1973, p. 11 n. 242-SD).
-Os Kardecistas: não têm a Bíblia como base, mas a doutrina dos espíritos, codificada por Allan Kardec. Usam um outro Evangelho conhecido como “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Dizem: Nem a Bíblia prova coisa nenhuma, nem temos a Bíblia como probante. A base é o ensino dos espíritos, daí o nome – Espiritismo (“A Margem do Cristianismo”, p. 214).
-A Igreja de Cristo Internacional (Boston): interpreta a Bíblia segundo a visão de Kipp Mckean, o seu fundador. Um sistema intensivo de discipulado impede outras interpretações. Qualquer resistência do discípulo, referindo-se à instrução, desencadeará uma retaliação social.
SUBTRAÇÃO
O grupo tira algo da Bíblia que não corresponde aos seus pressupostos.
-A maçonaria: vê Jesus simplesmente como mais um fundador de religião, ao lado de personalidades mitológicas, ocultistas ou religiosas, tais como, Orfeu, Hermes, Trimegisto, Krishna, (o deus do Hinduísmo), Maomé (profeta do Islamismo), entre outros.
-A Legião da Boa Vontade (LBV): subtrai a natureza humana de Jesus, dizendo que Jesus possui apenas um corpo aparente ou fluídico, além de negar sua divindade, dizendo que ele jamais afirmou que fosse Deus.
-Outros grupos também subtraem a divindade de Jesus: as Testemunhas de Jeová dizem que Ele é o arcanjo Miguel na sua preexistência, sendo a primeira criação de Jeová. Os adventistas ensinam que Jesus tinha uma natureza pecaminosa, caída. Dizem, Santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna (“Testemunhos Seletos”, vol. III, p. 22 – 2 edição, 1956). Os Kardecistas ensinam que Jesus foi apenas um médium de Deus. Dizem que Segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus (“A Gênese”, p. 311).
MULTIPLICAÇÃO
Pregam a autosalvação. Crer em Jesus é importante, mas não é tudo. A salvação é pelas obras. Às vezes, repudiam publicamente o sangue de Jesus.
-A Seicho-No-Iê: nega a eficácia da obra redentora de Jesus e o valor de seu sangue para remissão de pecados, chegando a dizer que se o pecado existisse realmente, nem os budas todos do Universo conseguiriam extingui-lo, nem mesmo a cruz de Jesus Cristo conseguiria extingui-lo.
-Os mórmons afirmam crer no sacrifício expiatório de Jesus, mas sem o cumprimento das leis estipuladas pela Igreja não haverá salvação. Outro requisito foi exposto pelo profeta Brigham Young, que disse: Nenhum homem ou mulher nesta dispensação entrará no reino celestial de Deus sem o consentimento de Joseph Smith.
-Os adventistas por meio de sua profetisa Ellen Gould White, ensinam que a guarda do sábado implica salvação e que os benefícios da morte de Cristo nos serão aplicados desde que estejamos vivendo em harmonia com a lei, que, no caso, é guardar o sábado. Santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna (“Testemunhos Seletos”, vol. III, p. 22 – 2′ edição, 1956).
-Igreja da Unificação do Rev. Moon desdenha os cristãos por acharem que foram salvos pelo sangue que Jesus verteu na cruz, chegando a dizer que os que assim ensinam estão enganados.
-As Testemunhas de Jeová ensinam que a redenção de Cristo oferece apenas a oportunidade para alguém alcançar sua própria salvação por meio das obras. Jesus simplesmente abriu o caminho. O restante é com o homem.
DIVISÃO
Dividem a fidelidade de Deus com a organização. Desobedecer à organização ou à Igreja equivale a desobedecer a Deus. Não existe salvação fora do seu sistema religioso, da própria organização ou igreja. Quase todas as seitas pregam isso, sobretudo as pseudocristãs, que se apresentam como a restauração do Cristianismo primitivo, que, segundo ensinam, sucumbiu à apostasia, afastando-se dos verdadeiros ensinos de Jesus.
Defesas da Fé Cristã contra seitas
— Falsas profecias. As Testemunhas de Jeová, os adventistas, os mórmons e outros já proclamaram o fim do mundo para datas específicas.
— Resposta Apologética A Bíblia nos adverte contra os que marcam datas para eventos como fechamento da porta da graça, a vinda de Jesus (Dt 18.20-22; Mt 24.23-25; Ez 13.1-8; Jr 14.14).
— Negam a ressurreição corporal de Cristo. Admite que Jesus Cristo tenha ressuscitado apenas em espírito: As Testemunhas de Jeová, Ciência Cristã, Igreja da Unificação, Kardecismo ensinam uma ressurreição espiritual de Jesus, afirmando que seu corpo físico simplesmente foi escondido, ou que se evaporou; outros dizem que nem sequer ressuscitou (LBV), e ainda outros não acreditam que tenha morrido na cruz (Rosa cruz, Islamismo, etc).
— Resposta Apologética
Quanto à morte e ressurreição de Jesus, a Bíblia afirma que: Jesus morreu realmente. Eis o processo de sua morte:
- A agonia no Getsêmani (Lc 22.44);
- Açoitado brutalmente (Mt 27.26; Mc 15.15; Jo 19.1);
- Mãos e pés cravados na cruz (Mt 27.35; Mc 15.24);
- Morte comprovada (Jo 19.33-34);
- Sepultamento (Jo 19.38-40).
- Ressuscitou corporalmente:
- Ressurreição predita (Jo 2.19-22);
- O túmulo vazio comprova a ressurreição (Lc 24.1-3);
- Suas aparições (Lc 24.36-39; Jo 20.25-28).
— Negar a ressurreição de Jesus é ser falsa testemunha, pois:
- Essa é a mensagem do Evangelho (1Co 15.14-17);
- A expressão Filho do Homem designa a forma da sua segunda vinda e testifica que Jesus mantém seu corpo ressuscitado (At 7.55-59; Mt 24.29-31; Fp 3.20-21);
- Jesus com corpo glorificado está no céu (1Tm 2.5).
9. O Jardim Pluralista
Na filosofia, o pluralismo define-se como a doutrina que afirma que há mais de um princípio universal, em oposição ao monismo, o qual reduz toda a realidade a um princípio único.
Na sociologia e na cultura define-se o pluralismo como a coexistência de cosmovisões divergentes.
Na religião, o pluralismo “é a doutrina de que a salvação, ou qualquer coisa que se entenda por salvação, é alcançada pelas pessoas através de uma quantidade enorme de condições e de meios, em várias religiões. Este pluralismo, então, outorga a todas as religiões o mesmo valor soteriológico, moral e espiritual.
O PLURALISMO É UM FENÔMENO COMPLEXO
Divide-se em três categorias: empírico, filosófico ou hermenêutico.
O PLURALISMO EMPÍRICO
Não é mais do que o reconhecimento da grande diversidade étnica, cultural e religiosa do mundo. Num país como a Bolívia, para dar um exemplo, existem mais de cinqüenta grupos lingüísticos, cada um com suas próprias tradições, cosmovisões e costumes, na maioria das vezes totalmente diferentes entre si. A isso podemos acrescentar ainda a herança hispânica e as subculturas “pop” das cidades. Vivemos num mundo policromático e polimorfo, que hoje é chamado de “aldeia global”. Na era pós-moderna tem havido, por um lado, as pretensões universalistas modernas, tentando unificar todos os seres humanos, e tem sido possível escutar, por outro, vozes alternativas. Não é que essas vozes não estavam ali antes, mas era difícil ouvi-las, já que quem falava a modernidade tinha uma voz muitíssimo mais forte. O pós-modernismo, por assim dizer, baixou um pouco o volume do som da modernidade.
Contudo uma coisa é reconhecer o pluralismo empírico como um fato, e outra coisa é celebrá-lo, aprová-lo, e até mesmo promovê-lo como desejável. Este é o pluralismo celebrado, “um valor em si mesmo, uma prioridade”. Este pluralismo é a busca da diversidade como ideologia. Em outras palavras, “nosso contexto pós-moderno está povoado de deconstrucionistas e de outros que celebram a confusão.
O PLURALISMO HERMENÊUTICO OU FILOSÓFICO
O desenvolvimento mais sério do pluralismo, e o mais feroz e temível dos três. Este toca virtualmente cada disciplina – história, arte, literatura, antropologia, educação, filosofia, psicologia, ciências sociais, e até mesmo, cada vez mais, as ciências exatas – e agora obteve popularidade na praça pública, embora sua existência não seja reconhecida. Este pluralismo apoia-se basicamente na hermenêutica deconstrucionista e encontra na era pós-moderna um terreno mais fértil e abonado que o oferecido pela modernidade. O pluralismo religioso pode ser entendido como uma subcategoria do pluralismo filosófico.
O pluralismo não é um fenômeno novo. Ao ler as páginas do Novo Testamento, podemos vê-lo na cultura e no contexto em que o evangelho foi pregado pela primeira vez. Quando Paulo chegou em Atenas, por exemplo, viu a cidade entregue à idolatria. Além disso, havia o templo de Diana em Éfeso, de Afrodite em Corinto, de Zeus em Roma e havia o culto generalizado ao imperador, e ainda um número incalculável de deidades de todo tipo que tinham sido agregadas ao longo dos séculos. O império romano tinha muitos deuses, “deuses para serem temidos, deuses para apaziguar, deuses para honrar, deuses a quem eram dados sacrifícios, deuses cuja comida era compartilhada também a todos que os adoravam. Dessa forma Paulo, em suas viagens missionárias ao mundo gentílico, encontrou ídolos de todo tipo e pessoas que participavam da adoração a esses ídolos”.
Na era pós-moderna, “nenhuma religião tem o direito de declarar-se como sendo a correta e a verdadeira, e as demais falsas, nem ainda (de acordo com a maioria) relativamente inferior”. Mas sim “a regra de ouro do pós-modernismo é: “Atribua a todas as outras religiões a mesma presunção de verdade que você atribui à sua própria religião. Todas as religiões foram criadas iguais “.
Este jardim pluralista afeta de muitas maneiras a nossa abordagem evangélica diante do mundo. Cada vez mais o “sedimento cristão” na cultura vai desaparecendo. Não há um conceito de moralidade, ou de crença num Ser Supremo. Uma grande maioria dos jovens hoje cresce com muito pouco, ou com nenhum contato real com Jesus. Nas palavras do autor salesiano ítalo Gastaldi: “Na universidade comprovamos com estupor em jovens inteligentes, assíduos leitores de obras esotéricas, uma grande ignorância da tradição cristã, como se nada tivesse existido antes. A única coisa que lhes resta do cristianismo é uma imagem deformada e enfadonha, como de algo insípido e opressor, acompanhado de normas antiquadas de conduta”. Dito de outra forma, na era pós-moderna “Cristo a duras penas sobrevive, transformado em outra coisa; acho que num deus portátil, de uso absolutamente pessoal”.
A mensagem de Jesus como o único caminho é de pronto rejeitada, ou simplesmente é uma mensagem totalmente incompreensível pelas mentes pós-modernas. Se você for explicar a um universitário as evidências da ressurreição de Jesus Cristo, o que você vai receber é uma risada gozadora e cínica, ou um simples sacudir de ombros, como que dizendo “e que me importa.
O RELATIVISMO
Outra semente que encontra no pós-modernismo o terreno apropriado para germinar e crescer.
Este, poderíamos caracterizá-lo como um parente próximo do pluralismo. O relativismo nos diz que tudo o que podemos saber acerca das realidades são, unicamente, as relações entre suas diferentes partes, o que assim quer dizer que todo conhecimento é relativo. Não existem absolutos, normas ou critérios objetivos e independentes para a verdade, nem para a bondade. Tudo é relativo ao momento e à pessoa.
O relativismo produz indivíduos que, querendo ser “politicamente corretos”, encontram-se sem opiniões pessoais (no momento em que dou uma opinião estou impondo a minha cosmovisão), sem segurança ontológica (não sei quem sou e seria uma arrogância querer sabê-lo), sem base epistemológica (não sei se é possível conhecer algo com certeza) e sem princípios éticos universais (o que é certo para mim não tem que ser certo para você).
O relativismo torna mais difícil o diálogo aberto para encontrar a verdade. Para eles, não existe diferença alguma entre o que uma pessoa se dispõe a crer e o que é “verdade”. Dizem: “No que você acreditar, isso é a sua verdade; eu tenho outra verdade.” O importante, por exemplo, no campo religioso, é buscar uma espiritualidade que funcione para mim. A religiosidade pós-moderna é definida como “antropocêntrica, sociológica ou ambiental, …branda, e selfservice’,… extremamente cômoda,… céptica ante o heroísmo e distante de qualquer entrega, … emocional e anti-intelectualista, que se acaba no ‘aleluia e glória a Deus!’,… carente de confiança em seus líderes e divorciada do Cristo verdadeiro.
10. A Era Moderna
As opiniões quanto ao início da era moderna variam. Alguns consideram o Renascimento (séculos XIV e XV), enquanto que outros optam pelo período do Iluminismo (século XVIII), conhecido também como o Século das Luzes. Também não há um consenso quanto aos seus limites, e quanto a uma definição clara do que seja a modernidade.
UM PROBLEMA
O pensamento moderno não se resume a uma linha única de pensamento, e sim a uma coletânia de ideologias, filosofias e cosmovisões.
Há um problema ao se falar do pensamento moderno, porque ele propriamente não existe. Há um conjunto de ideias, filosofias, cosmovisões, sistemas sociais, etc, e todos têm uma história. É muito difícil dizer em que consiste a formação de cada um desses aspectos. Não estamos diante de um processo casual, mecânico, no qual podemos discernir todos os diferentes passos que conduziram à situação atual.
MUDANÇA DE PARADIGMA NA ERA MODERNA
O que todos reconhecem é que houve uma mudança de paradigma de proporções gigantescas, cujas seqüelas afetaram profundamente as cosmovisões, as crenças, o mundo acadêmico e todas as outras áreas dos afazeres humanos até os nossos dias. Essa foi uma mudança que teve uma influência importante no cristianismo, inicialmente na Europa e na América do Norte, e que logo alcançou os nossos países do hemisfério sul. A era moderna caracterizou-se por filosofias e modelos que rompiam com os paradigmas cristocêntricos.
A era moderna caracterizou-se por um amálgama de filosofias e sistemas epistemológicos que, embora aparentemente tinham pouco em comum, relacionavam-se em sua proposta de modelos novos. O projeto moderno propôs uma variedade de normas para aceder à verdade. Descartes, por exemplo, destacou o padrão racionalista de idéias claras e bem definidas; as ciências utilizaram os critérios empíricos, os hegelianos puseram sua esperança no espírito do Progresso na história; e os românticos apelaram a uma intuição imediata e pré-reflexiva.
O MODERNISMO
O projeto moderno de estabelecer uma cultura global, com uma base objetiva e racional para toda ação humana, sem o impedimento da religião ou de qualquer outro ponto de vista “subjetivo”, não científico, demonstrou ser tão somente um ideal inalcançável e insatisfatório.
—Uma grande frustração: os avanços em várias áreas foram insuficientes para produzir um mundo edênico. O otimismo da era moderna, sua confiança em que a ciência, a tecnologia e o progresso, impulsionados por um ser humano autônomo, sob o reinado soberano da Razão, produziriam um mundo edênico, isso decepcionou a todos.
A primeira guerra mundial deu um golpe mortal no projeto moderno. Filósofos e escritores como Derrida, Camus, Sartre e Rorty, entre outros, deram o seu atestado de óbito, enquanto que artistas, arquitetos e sociólogos começaram a entronizar o seu sucessor. O projeto moderno de estabelecer uma cultura global, com uma base objetiva e racional para toda ação humana, sem o impedimento da religião ou de qualquer outro ponto de vista “subjetivo”, não científico, para eles era o ideal, demonstrou ser tão somente um ideal inalcançável e insatisfatório.
MUDANÇAS DA MODERNIDADE
De acordo com John Dewey (1859 – 1952), o filósofo norte-americano considerado como “o proponente intelectual mais representativo do espírito da modernidade”. Segundo ele ocorreram mudanças no período que definimos como moderno:
-A Primeira mudança. O prazer com o natural, sem referência ao sobrenatural. René Descartes (1596 – 1650), o filósofo e matemático francês, propôs a ideia do universo como um aparelho mecânico, composto de matéria e movimento, descrito por leis mecânicas. Isaque Newton (1642 -1727), na Inglaterra, elaborou essas leis e forneceu a base para a idéia de um universo que funciona perfeitamente, por sua própria conta, no qual não há necessidade de que Deus intervenha. A matéria e as leis físicas são suficientes para explicar toda a realidade.
-A Segunda mudança. Em lugar da ênfase medieval na submissão à autoridade eclesiástica, surge uma crença crescente no poder das mentes individuais, guiadas por métodos de observação, experiência e reflexão, para alcançar as verdades necessárias e fundamentais da vida. Francis Bacon (1561 – 1626), filósofo e escritor inglês, ao introduzir o método indutivo, rejeitando a dedução, baseia a ciência na observação e na experiência, dando a estrutura básica para o método empírico na ciência moderna. Para Bacon, “conhecimento é poder”. Descartes, com sua famosa frase “penso, logo existo”, coloca a mente humana como parâmetro último de análise e descrição da realidade, e põe o centro no indivíduo como critério absoluto da verdade. Estes contribuem para colocar os alicerces para a ciência moderna e para o individualismo, como pilares importantes da era moderna.
Os idealistas na modernidade ofereceu uma alternativa em oposição aos fanatismos do passado. Em oposição às ilusões, aos preconceitos e ao fanatismo do passado, a modernidade ofereceu a Razão (com R maiúsculo) para esquadrinhar criticamente cada pretensão e para pôr em terra o edifício do conhecimento. Não apenas estavam todos os seres racionais de acordo com a Razão, mas, ainda melhor, a Razão proveu um conjunto de normas e de critérios para pensar corretamente sobre a realidade, chegando assim à Verdade Absoluta.
-A terceira mudança que houve, para entender a modernidade, é que o período moderno caracteriza-se pela sua crença no Progresso. Dewey expressa isso da seguinte maneira: “O futuro, e não o passado, domina a imaginação. A idade de ouro está diante de nós e não atrás.” Por isso, continua Dewey, “o homem é capaz, se assim quiser, de aplicar o valor, a inteligência e o esforço necessários para forjar o seu próprio destino.” A era moderna propôs uma cosmovisão otimista e cheia de confiança nos lucros humanos. O Progresso não era apenas possível, mas era também inevitável, se apena permitíssemos que a Razão tivesse a liberdade de investigar o mundo cientificamente.
A maioria dos modelos sociais, políticos, religiosos e ideológicos da época procura obter a superação humana, o passo a uma etapa superior da história. Tanto o modelo econômico-político de John Locke (1632 – 1704), como o de Marx (1818 – 1883), assim como a teoria de Darwin nas ciências naturais e a de Freud nas ciências humanas, entre outras, propõem uma utopia quando nós, seres humanos, tivermos superado os obstáculos e as condições atuais, alcançando uma nova sociedade.
-A quarta mudança proponhe o estudo paciente e experimental da natureza, dando como resultado inventos que controlem a natureza e dominem suas forças para o bem da sociedade, é o método pelo qual se alcança o progresso. Na era moderna, “pessoas autônomas, entendendo cientificamente, controlando e transformando tecnologicamente o mundo, sem os impedimentos tais como a tradição, religião, a ignorância, ou a superstição, produzem o seu próprio remédio. Na era moderna somos nossos próprios salvadores. E realizamos a nossa salvação na história redimida pelo secular através da marcha inevitável e incessante do progresso.
INFLUÊNCIA DO MODERNISMO NO CRISTIANISMO
A modernidade tanto pode ser considerada tanto aliada como inimiga do Cristianismo. A influência das mudanças promovidas pela era moderna no cristianismo é complexa.
O LADO POSITIVO PARA O CRISTIANISMO
Por um lado, o modernismo do Renascimento e do Iluminismo preparou o caminho para a reforma protestante do século XVI. Os reformadores, refletindo o espírito de sua época, valeram-se das ferramentas lingüísticas e humanistas, como o redescobrimento dos idiomas clássicos, inclusive do hebraico e do grego, a exegese gramático-histórica e a crítica à teologia escolástica por parte do humanismo.
O LADO NEGATIVO PARA O CRISTIANISMO.
Por outro lado, o cristianismo, dentre todas as outras religiões do mundo, foi a que se viu submetida às críticas mais devastadoras e incisivas nas mãos desse racionalismo agressivo. Citando David Hume (1711 – 1776), filósofo e historiador escocês, com seus argumentos contrários aos milagres, e Immanuel Kant (1724 – 1804), filósofo alemão, com sua epistemologia, são exemplos dos desafios que o cristianismo começou a enfrentar. Logo vieram Hegel, Marx, Darwin, Lenin e outros, que ainda foram para além do campo acadêmico, utilizando até mesmo o poder político contra o cristianismo, tudo em nome da razão absoluta.
11. O Pós-Modernismo e a Fé Cristã
A pós-modernidade é uma forma de ateísmo niilista, que não pretende reaproximar-se de nada, e por isso representa a máxima rejeição de Deus e da religião. Achamo-nos, é o que parece, diante da liquidação mais exaustiva das raízes do sagrado e da aproximação a Deus.
Qual deve ser a nossa abordagem, como cristãos, a esse fenômeno? Como anunciar a “metanarrativa bíblica a uma geração que rejeita todo conceito de verdade e todo absoluto?
O Pós-Modernismo e a Fé Cristã: Uma Análise Crítica e Apologética
O pós-modernismo, com sua rejeição das metanarrativas e sua desconstrução da verdade absoluta, apresenta um desafio significativo à fé cristã. Este movimento, muitas vezes caracterizado por um ateísmo niilista, parece representar a máxima rejeição de Deus e da religião, rompendo com as raízes do sagrado. A pergunta que se coloca, portanto, é: como os cristãos devem se posicionar diante deste fenômeno cultural que nega a objetividade e a universalidade da verdade?
1. Desconstrução da Razão e Libertação da Escritura
O pós-modernismo, ao destronar a razão como árbitro supremo da verdade, abre um espaço inesperado para a redescoberta da revelação bíblica. Durante a era moderna, a razão foi elevada a uma posição de autoridade inquestionável, submetendo a Bíblia a critérios humanistas e científicos que muitas vezes a distorceram. O colapso dessa hegemonia racionalista, portanto, pode ser visto como uma oportunidade para a Escritura se afirmar em sua autenticidade, sem as amarras impostas pelo Iluminismo.
2. A Crítica à Verdade Absoluta e a Resposta Cristã
No contexto pós-moderno, onde a noção de verdade é relativizada, o cristão é chamado a defender a fé com humildade e clareza. Ao invés de adotar uma postura de superioridade, que muitas vezes caracteriza a abordagem moderna, os cristãos devem engajar-se em um diálogo sincero com o mundo pós-moderno. Isso envolve reconhecer os pontos válidos de crítica, como a falibilidade humana e os limites da razão, sem, no entanto, comprometer a verdade do Evangelho.
3. A Relevância da Bíblia na Era Pós-Moderna
A pós-modernidade, ao desconstruir as certezas absolutas da modernidade, paradoxalmente abre caminho para uma redescoberta da Bíblia como fonte de verdade viva e dinâmica. A Escritura, longe de ser um objeto passivo de estudo, torna-se novamente o sujeito que julga e transforma o leitor. Neste sentido, a Bíblia pode ser vista como a palavra viva e eficaz, capaz de penetrar os corações e discernir os pensamentos, como descrito em Hebreus 4:12 (“Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medule é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”).
4. Reconstrução Teológica na Era Pós-Moderna
A queda do projeto modernista exige uma reconstrução teológica que leve em conta as críticas pós-modernas, mas que também reafirme os fundamentos da fé cristã. Isso implica uma reavaliação dos métodos de estudo bíblico e uma renovada ênfase na autoridade da Escritura. Em vez de tentar acomodar a fé aos padrões da modernidade, os cristãos são chamados a permitir que a Bíblia fale por si mesma, sem as distorções impostas pela razão iluminista.
5. A Apologética no Contexto Pós-Moderno
A apologética cristã no contexto pós-moderno deve se adaptar às novas realidades culturais, reconhecendo que a verdade não é mais aceita de forma automática. A defesa da fé deve ser feita de maneira que dialogue com as preocupações e dúvidas contemporâneas, utilizando a abordagem de Paulo aos tessalonicenses como guia: “Examinem tudo, fiquem com o que é bom.” Isso significa discernir os elementos valiosos no pensamento pós-moderno, sem sacrificar a essência da fé cristã.
Conclusão
O pós-modernismo, com todos os seus desafios, oferece também oportunidades para uma fé cristã mais autêntica e biblicamente enraizada. Em vez de ver o pós-modernismo apenas como uma ameaça, os cristãos são chamados a responder com discernimento, abraçando o que é bom e rejeitando o que é nocivo, sempre fiéis ao Evangelho de Jesus Cristo.
Devemos chegar à palavra de Deus não só com a nossa razão, mas também descobrir, ou melhor, redescobrir os aspectos emocionais, relacionais imaginativos e “humanos” da espiritualidade bíblica. Concordamos com Martinho Lutero em que o cristianismo ocupa-se do totus homo, ou seja, da pessoa humana completa, não somente dos aspectos intelectuais. Isso não significa que agora chegou o momento de desistir da razão, mas sim de colocá-la na perspectiva apropriada.
As Escrituras respondem aos clamores do coração, aos seus desejos, aos seus temores, às suas exultações e às suas adorações. Começamos a morrer no momento em que nos recusamos a ter qualquer sentimento. O que devemos temer são os nossos sentimentos provindo de uma origem carnal ou maligna, bem como qualquer tendência de colocar a nossa fé em nossos sentimentos e não na Palavra de Deus.
Na era moderna, se envolvíamos nossos sentimentos, ou qualquer outro aspecto “não racional” no estudo bíblico, ele era chamado negativamente de “subjetivo” e era descartado. A geração pós-moderna, que suspeita da razão, precisa descobrir que a Bíblia, mais do que um código de normas, é um livro sobre pessoas de carne e osso, que viveram com as mesmas lutas, questionaram, duvidaram, voltaram para trás, caíram e se levantaram de novo.
A pós-modernidade destruiu os absolutos, deixando o ser humano à deriva, sem passado nem futuro, responsável por criar ele mesmo o seu próprio universo.
12. Como Evangelizar nos Tempos de Hoje
Outro aspecto que devemos revisar, para a era pós-moderna, é o da apologia e evangelização.
A tarefa apologética para esta era que se caracteriza pela suspeita tudo é restaurar a confiança na verdade. Como cristãos, somos agora desafiados a persuadir a geração pós-moderna quanto à importância da verdade. Contudo a desconstrução nos obriga a avaliar as nossas intenções e os nossos métodos.
ABORDAGEM
Quando abordamos esta geração com o evangelho, devemos deixar de lado a nossa crista de superioridade, transmitindo a sensação de que possuímos infalivelmente a verdade absoluta. Isso não significa que estejamos deixando de crer que o evangelho é a verdade, que tem pretensões de ser para todos os seres humanos sem distinção alguma; antes, o que temos que fazer é reconhecer que, como portadores desta mensagem, interpretamo-lo sob a influência do nosso marco cultural, familiar, denominacional e vivencial.
Todos nós tendemos a interpretar a Escrituras de acordo com a experiência que temos, seja ela negativa ou positiva, presente ou ausente. Negar esta tendência é negar a nossa própria humanidade. A Bíblia é infalível, nós não somos. Somos filhos da nossa cultura e das nossas subculturas, quer queiramos, quer não.
POSTURA
Nossa postura apologética e evangelização, mais do que racional, deve ser relacionai. Kevin Graham Ford emprega o termo “evangelismo narrativo”. Para ele: A medida que a nossa cultura paulatinamente se separa do pensamento lógico e orientado às proposições e adentra-se no pensamento orientado às sensações e ao que ultrapassa o racional, o único evangelismo que fala a linguagem da cultura é o evangelismo orientado aos relatos. Este fala o idioma desta geração, saturada dos meios de comunicação, e esfomeada de ouvir relatos. Este fornece às pessoas um ponto de contato em sua vida cotidiana, permitindo-lhes ver como Deus interagiu na história humana e como ele pode fazer isso na vida de cada um deles, individualmente. Muitos jovens sentem atração pelo Jesus dos evangelhos, mas rejeitam qualquer envolvimento eclesiástico ao ver a vida dos que se dizem seguidores de Jesus. Nesta era pós-moderna não podemos esconder a nossa vida por trás de grandes argumentos racionais, porque agora os mesmos não impressionam mais.
Os cristãos podem dar esperança, oferecendo uma comunidade baseada no amor de Deus por seu povo e no amor de uns para com os outros.
PEDRAS FUNDAMENTAIS PARA EVANGELIZAÇÃO
São quatro as pedras fundamentais da evangelização para esta geração:
- a autenticidade
- o cuidado mútuo
- a confiança
- a transparência
Cada uma dessas desenvolve-se no contexto de relações mantidas com os não-crentes. A evangelização impessoal através do folheto, ou da explicação de um esquema lógico, porém sem continuidade e sem um interesse autêntico, seguramente produzirá resultados bem mais negativos, afastando os jovens pós-modernos do evangelho.
Para o autor catalão Angel Castaheira, a pós-modernidade “permite que o cristão re-simbolize novamente o testemunho da revelação, tradicionalmente envolvido em metafísica moderna e de conceptualismo, e o redescubra agora, por sua vez, na linguagem do amor e do perdão, no coração da vida, no caminho privilegiado da experiência humana.”
Tal abordagem talvez faça com que muitos se sintam incômodos. Preferimos a evangelização metódica e a ação apologética argumentativa, racionalista e lógica.
Temos que revisar, então, o modelo de Jesus, cujo ministério público foi essencialmente relacionai. Ele andava no meio das multidões, ou então tinha encontros privados com determinadas pessoas, até mesmo de noite. Ele sabia o que era sentir o calor do meio-dia no deserto de Samaria, ou o frio da morte no quarto de uma adolescente. Ele deixou-se tocar por uma mulher cerimonialmente impura, e tocou intencionalmente num leproso, isolado pela sociedade. Ele falou de situações cotidianas, de sal e lâmpadas, de sementes e pastores, de pais e filhos.
Hoje, mais do que nunca, devemos seguir este modelo, se queremos alcançar a geração pós-moderna. Definitivamente, a pós-modernidade chama-nos à modéstia; a reconhecer a nossa finitude; a avaliar e suspeitar, de forma positiva, de nossos métodos e intenções; a reconhecer o nosso condicionamento hermenêutico; e a revisar a seriedade do nosso compromisso.
Nossa tarefa nesta era pós-moderna é apresentar uma pessoa: Jesus Vivo, mais do que um sistema lógico de crenças. Devemos apresentar Jesus em toda a sua plenitude, para que esta geração seja transformada à sua imagem. E devemos fazer isso com compaixão, mantendo relacionamentos significativos com os não-cristãos, com um ouvido que realmente os ouça e com a convicção absoluta de que a palavra revelada é pertinente a qualquer época, porque “passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão” Mateus 24.35.
[1] raciocínio dedutivo estruturado formalmente a partir de duas proposições (premissas), das quais se obtém por inferência uma terceira (conclusão)
[2] reflexão geral em torno da natureza, etapas e limites do conhecimento humano
[3] Aceitam a doutrina da Unicidade absoluta de Deus, rejeitando a doutrina da Trindade, que diz respeito à pluralidade de pessoas em uma única Essência Divina
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por Teo.Prof Pr Sergio Valentin Grizante